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Quadrinhos - Chico Bento Moço Nº 1

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Quando foi anunciado que a nossa amada e conhecida Turma da Mônica passaria pela singela mudança de que finalmente deixariam de ter seis anos para virarem adolescentes (ou jovens), toda a população do Brasil simplesmente vibrou.
Os mais leigos no assunto alegavam que seria fofo ver os personagens que os ensinaram a ler vivendo novas situações que não enfrentaram antes devido a sua pouca idade.
Os mais rebuscados em linguagem (como eu) alegavam que a Turma da Mônica Jovem seria uma ótima ideia por alguns fatores:

- As crianças que liam Turma da Mônica quando tinham seis anos, agora tem dezesseis anos e vão voltar a acompanhar a vida dos personagens que deixaram de acompanhar (possivelmente) por terem "crescido".
- Mauricio de Sousa é um gênio que pode criar histórias sobre qualquer tipo de tema. Porém, o fato da Turma da Mônica ser criança o limitava. Agora, a turma jovem abriria um grande leque de assuntos não tratados como drogas, sexo etc. 
- Ninguém pode negar o quão interessante é a ideia de vermos nossos ícones de infância crescidos e fazendo referências a animes e mangás. Além de estarem em um novo estilo de quadrinho.
- E por ultimo, mas não menos importante, a infinidade de personagens principais (Cebolinha, Cascão Magali etc) e secundários (Titi, Jeremias, Franjinha) na Turma impediria a temida falta de assunto pra ser abordado e também causaria a grande diversidade de material que o público poderia ter em mãos.

Mas se, por um lado, Turma da Mônica Jovem obteve tanto incentivo dos fãs Chico Bento Moço ( a versão crescida da turma da roça, também do Mauricio de Sousa) foi uma ideia muito rejeitada pelos fãs quando anunciada.


Muita gente reclamou que Mauricio de Sousa e sua equipe estavam querendo encher seus bolsos de dinheiro. Eles com certeza estão. Mas não é apenas isso. 
 Chico Bento Moço claramente não é apenas uma repetição do que fizeram com  Turma da Mônica Jovem. Claro que o conceito de "eles cresceram" é  o mesmo (até vemos uma referência a esta frase na capa acima), mas o conteúdo por trás (ou por dentro) deste conceito se altera bastante. 
 Pra começar, há um motivo para que o nome seja Chico Bento Moço e não Chico Bento Jovem. O tipo de realidade que será tratada em Chico Bento Moço será uma realidade totalmente diferente da de TMJ.
 Enquanto Cebolinha (o principal personagem masculino de TMJ) tem 15/16 anos e se preocupa em como conquistar a Mônica, Chico tem dezoito anos de idade e seu maior problema é enfrentar a vida na cidade e encarar a faculdade de agronomia. Um assunto tao diferente das referências a animes de TMJ que não poderia ter um nome como "Chico Bento Jovem". Este título faria parecer com que fosse tudo farinha do mesmo saco. E não é. 
 Chico Bento não é jovem, Chico Bento agora é moço!!


Outra queixa do público foi que o universo de Chico Bento não era rico e extenso o suficiente como o da TMJ para que houvesse exploração de conteúdo sem o risco de desgastar os personagens. 
Mas eu contrario esta ideia. Acho até que o universo de Chico Bento tem mais a oferecer do que o da Turma da Mônica. Enquanto a galera do Bairro do Limoeiro vive na mesma cidade de antes enfrentando novos tipos de aventuras, a turma da Vila Abobrinha tem a possibilidade de enfrentar novas situações com o passar da idade mas também levam vantagem em um quesito = O ambiente também é diferente do qual estávamos acostumados, criando mais personagens e ainda dobrando o número de possíveis novas aventuras. 

E, por falar em universo explorado, pode-se comentar que todo o potencial do Universo Chico Bento foi aproveitado. Pelo menos, na primeira edição, vemos referências a muitas coisas que conhecíamos dos gibis em que o Chico ainda era criança. Algumas são aparições de personagens e menções claras, outras já exigem um pouco mais de atenção (e conhecimento sobre a turma) para serem captadas.
Por exemplo, as principais referências encontradas na primeira edição de Chico Bento Moço se encontram na lista abaixo, por ordem de aparição:

A aparição mais bonita da revista. 

1 - Primeiramente, aparece Chico falando no seu clássico idioma ; O caipirês, enquanto conversa com sua amiga de infância, a vaca Maiada. 

2 - Enquanto Chico parte em direção a cidade de Nova Esperança para realizar uma prova, ele se lembra das pessoas que o apoiam. As presentes (enquanto abraça seu pai), as distantes (sua mãe rezando com velas e um terço) e as ausentes. Se tratando dos ausentes, Chico olha para o céu e observa uma estrela. De primeira vista, pode ser apenas uma estrela. Depois de melhor analisado, lembramos que aquela estrela pode ser a pequena Mariana, protagonista da historia"Uma Estrelinha Chamada Mariana", irmã mais nova do Chico que morreu ainda bebê e chegou a aparecer algumas vezes em forma de estrela para ajudar Chico e que, como mostrado na imagem acima, nunca o abandonou.

3 - Chico e Zé  Lelé fugindo de um exame de abelhas e pulam em um rio, assim como faziam na infância quando fugiam dos tiros de sal disparados pelo Nhô Lau. 

4 - Uma onça (o recorrente monstro que assombrava a turma quando criança) aparece e o pobre do   Zé  Lelé grita por socorro de um modo peculiar. "Oia a onça!". Quem se lembra dos antigos VHS com o filme do Chico que tenha este chamado como título. 

5 - Ao entrar na sala da Diretora Marocas (sua antiga professora) a turminha assume imagem de crianças aos olhos da mulher, o que nos passa uma bela sensação de nostalgia.

6 - Dois personagens clássicos aparecem. Primeiramente, o padre Lino da Vila Abobrinha dizendo para Chico que a fé move montanhas. Logo em seguida, o primo urbano de Chico, o Zeca, conversa com o pequeno caipira pelo telefone, mostrando que apenas mudou em tamanho e idade.

7 - Enquanto se despede de seu pai, Chico abraça também a galinha Giselda, seu favorito animal de estimação. 

8 - Um conhecido antigo do Chico aparece. Nhô Lau , que antigamente perseguia os garotos que roubassem suas goiabas, agora presenteia o rapaz com um saco cheio de suas goiabas.

9 - Provavelmente, o personagem que mais vibrei quando o reconheci na revista. Andando pela mata, Chico Bento encontra um homem negro e misterioso pedindo por fumo e que, também misteriosamente, some em um redemoinho. Revelando, assim, ser o Saci Pererê...personagem protagonista das historias que Chico ouvia de sua Vó Dita, que o encontra logo em seguida.


A única coisa que realmente daria motivos para os leitores reclamarem de Chico Bento Moço é o fato de terem sensualizado o pobre do Chico. Podemos aceitar que o público agora é  outro e que mudanças são aceitas na aparência dos personagens. Mas sensualizar o personagem que conhecíamos por sua ingenuidade e molecagem é quase inaceitável. Já colocá-lo sem camisa em três quadrinhos da página para que adolescentes histéricas gritem lendo, isso sim é  inaceitável. 

Porém, de resto, a revista parece bem completa. Claro que esta é  apenas a primeira ediçao, então nem podemos tomar nenhuma conclusão precipitada. Pode ser, claro, que quando o Chico finalmente chegar na cidade de Nova Esperança o roteiro se modifique e se distancie muito do que estamos esperando...gerando assim uma decepção. 
Mas se tudo for como na primeira ediçao, parece que Chico Bento Moço será uma ótima revista para colecionar. O que nos resta é  esperar e torcer pra que nos próximos meses, tenhamos material semelhante aos clássicos, como esse:


  

Robocop, por favor.

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Em 1987, era lançado um filme diferente.
 Enquanto filmes sobre robôs heróis e filmes sobre policiais eram coisas completamente diferentes, o diretor Paul Verhoeven (também responsável por Vingador do Futuro) resolveu unificar tudo isso...e ainda adicionar pitadas leves (Ou não) de metáfora, crítica social e violência sem escrúpulos.
Assim nasceu Robocop, filme vencedor do Oscar, do Prêmio Saturno e do Festival de Cinema Fantástico de Avoriaz.
 E agora, vinte e seis anos após todos aqueles prêmios, os executivos resolveram refazer o filme. Isso sim é coisa feita pra deixar um fã de ficção delirando! Um filme antigo e excelente refeito agora com efeitos especiais melhores, maior orçamento para atores e roteiristas...e o melhor de tudo é que o diretor escolhido para tomar conta deste novo Robocop é ninguém menos que José Padilha (diretor de Tropa de Elite), o cara que melhor sabe retratar um policial.
 O pensamento de todos foi, desde o começo, que nada poderia sair errado. Robocop é o tipo de coisa que não poderia ser estragada. O personagem é indestrutível, assim como toda a mitologia construída em volta de si....e nada de ruim pode surgir a partir do Robocop.
 Era o que todos pensávamos. Mas saiu o primeiro trailer.


E aí começaram os problemas.

Como já mencionado, o Robocop faz uso de uma grande crítica social e complexa metáfora. Sem isso, seria apenas um filme trash com cenas nojentas. Ou talvez mais alguma baboseira futurista (O que mais víamos nos anos 80, eram filmes assim). Assim sendo, chegamos a uma conclusão:
 Tire as figuras de linguagem do Robocop, e estará quebrando toda a estrutura do filme!
 E, infelizmente, se observarmos bem este trailer, veremos que toda a metáfora está ausente. E o que era pra ser um filme sobre como a justiça age lentamente, cegamente e obedecendo a um sistema controlado que privilegia a si mesmo...se transforma em um filme de um robô policial. 
Só nos resta. então, analisar o trailer e a obra original para pensarmos "Por favor, Robocop...melhore." Cena por cena, falha por falha e, felizmente, vantagem por vantagem.
 Começando com isso:

O Samuel L. Jackson está no filme. Talvez a pessoa mais famosa que já teve seu nome associado ao de Robocop, deste 1987.
 Na época de seu lançamento, os críticos e toda a alta estirpe analítica de cinema simplesmente aceitaram Robocop de braços abertos devido a maneira subliminar com que as metáforas e críticas sociais eram disponibilizadas.
 Já o grande público, familiarizado com comédias familiares estreladas pelo Michael J. Fox, simplesmente desprezou um filme parado, sem sentido e sem atores famosos.
 Agora, com este novo filme e suas escolhas de elenco, é impossível que passe despercebido pelos cinemas. Não só por Samuel L. Jackson (afinal ele está em todos os filmes do mundo) como também por Michael Keaton (sim, um dos melhores Batmans que já tivemos) e os gritos talentosos de Gary Oldman (famoso por Batman, O Profissional e Harry Potter).
 O uso de atores famosos pode ser considerado apenas como um caça-níquel e caça-plateia. E realmente é. Mas não é algo que danifique a história, na verdade é algo apenas que garante mais qualidade ao filme (já que Jackson, Keaton e Oldman são vastos exemplos de excelentes atores). Olhando ainda pelo lado positivo, é uma dádiva que o ator para viver Robocop tenha sido escolhido por talento e não por fama (o quase anônimo Joel Kinnaman). MUDANÇA APROVADA. 

 Depois disso, o trailer começa a fazer a única coisa que não poderia fazer = Dilacerar a crítica social de Robocop.
 Entenda a metáfora:
 Após ser perseguido por bandidos, o policial Alex Murphy, de Detroit, é brutalmente assassinado. Com tiros no braço, nas mãos, no peito e no crânio. Depois de ter sido dado como morto, oficialmente, Alex é transformado pela empresa OCP em um robô com partes humanas e altas habilidades tecnológicas e de combate.
 Assim sendo, o robô policial se torna a justiça em Detroit, executando as leis de maneira perfeita. Até que as memórias de Murphy começam a resurgir em Robocop, criando um grande conflito interno de homem/máquina.
 A metáfora surge quando Robocop se torna a personificação da justiça. Se move lentamente, não tem relacionamento ou nenhuma ligação direta com qualquer pessoa. Sem humanidade ou características pessoais, a justiça é bruta, violenta e apenas se interessa por seguir as leis que o sistema lhe impôs.
 Assim vemos = A justiça, além de ser extremamente lenta, não possui conceitos morais. Apenas obedece leis impostas por algo maior, sem questionar se está sendo demasiada violenta ou agressiva. A justiça não é cega, apenas inconsciente e desenfreada como o Robocop. O Robocop é a justiça, e isso torna fantástica toda a mitologia deste filme. 

 Agora observe.


E compare: (mesmo em espanhol, o impacto é profundo).
 No filme original de 1987, Murphy morre trucidado por bandidos praticamente em público. Tendo sido uma vítima de escolha aleatória, a crueldade com o que o policial foi atacado demonstra perfeitamente bem o quão voraz pode ser o caos, sem precisar de razão para se propagar em sua forma mais exagerada.
 Já no trailer para o novo filme, Murphy morre ao abrir a porta de seu carro...e ele explode. Isso. Uma simples bomba dentro de um carro mata Murphy. Uma bomba preparada apenas para ele quebra toda a mensagem de que "a injustiça não escolhe alvos, a injustiça acomete a todos...sem escolher ninguém a dedo".
 E, ao transformar o massacre em uma simples explosão, também se perde todo o impacto causado pela violência que, obviamente, foi o elemento mais chocante em Robocop.
 MUDANÇA REJEITADA. 


E então nos deparamos com a seguinte cena - Alex Murphy, agora já transformado em Robocop, se voltando contra o personagem de Gary Oldman (seu desenvolvedor) ao questionar sua nova condição e demonstrar insatisfação sobre seu novo corpo.
 Vê algo de errado nisso? Se sua resposta é "não", então há algo de errado com você!
 Outra metáfora acoplada na mitologia do filme original, é a de que o robô-tira é a imagem do policial perfeito = Sem ideias, pensamentos e questionamentos, ele é alguém sem memória que apenas segue diretrizes. Ao remodelar isso e dar consciência ao personagem, desconstrói-se mais uma crítica oculta no roteiro e desenvolve só um filme de revolução das máquinas. Mais um entre tantos ("Exterminador do Futuro", "Eu, Robô", Wall-E" e "Matrix").
 Porém, um modo de contornar essa mudança desastrosa é adotar a hipótese sugerida pelo grupo brasileiro Matando Robôs Gigantes, que é a de que outra figura de linguagem surja a partir disso. Ao invés do Robocop ir recobrando sua consciência aos poucos, a ideia é de que ele vá perdendo-a aos poucos. Retratando, desta maneira, a lavagem cerebral que o sistema da justiça faz no cérebro de um policial até que o transforme em uma máquina mortífera cumpridora de regras.
 Isso sim seria épico ao nível do filme original. Ou seja, a consciência do Robocop é algo que pode sim ser modificado...mas apenas da maneira correta.
 MUDANÇA CONSIDERADA


Aí entramos nas diferenças físicas entre os dois Robocops, que podemos localizar no trailer.

 1 - Antigamente, a justiça em pessoa (ou robô) andava de carro. Uma caranga quadrada da polícia, caindo aos pedaços como quase tudo em Detroit. Na nova versão, ele agora pilota uma motocicleta (na infância de uma criança dos anos 2000, todo herói só era maneiro se tivesse uma moto, e agora o Robocop também é maneiro!), o que o deixa muito parecido com um personagem de tokusatsu...mas que quebra um pouco da sua imagem policial. MUDANÇA CONSIDERADA.

2 - O traje. O Murphy original era praticamente feito de um metal vagabundo, utilizando um capacete semelhante a uma panela e com peças que aparentavam terem sido extraídas de um automóvel. Agora, o capacete é semelhante ao de um motoqueiro, as suas peças possuem músculos e barriga tanquinho e sua mão está intacta. A ideia de sexualizar e embonecar o Robocop é uma MUDANÇA REJEITADA, já a ideia de manter uma de suas mãos intacta é uma MUDANÇA APROVADA, devido ao fato de ter sido justificada = Dentro da OCP, foi criada esta técnica de marketing para que quando o Robocop fosse apertar a mão da população, o cidadão tocasse em uma mão humana e se sentisse mais seguro.

3 - As limitações. Em 1987, ele era um ROBÔcop. Um ROBÔ policial. Um verdadeiro e fiel ROBÔ com partes humanas. Ele era pesado, ele não saltava. Ele se movia lentamente (embora fosse um pouco acelerado nos combates) e realmente andava no "estilo robô" de andar. Como já mencionado, isso até faz parte da metáfora (se o Robocop é a justiça, significa que a justiça se move lentamente mas agride e destrói com agilidade). Já o novo é deprimente. José Padilha (O novo diretor) parece ter ignorado todas as ligações entre o sentido da obra e a aparência do personagem, sendo que apenas se lembrou de fazer um robô policial misturando a aparência e as características do Jiban com os movimentos e o visor do Homem de Ferro. Muita influência com o público jovem e o interesse em vender bonequinhos, e pouco comprometimento com o conteúdo que Robocop realmente deveria passar. MUDANÇAS REJEITADAS.

4 - Referências!! Quando se faz um remake de um clássico, o ideal é que sempre se lembre de fazer citações à obra original, ou o resultado tem grandes chances de ser lastimável. Por exemplo, o remake de O Vingador do Futuro foi apenas uma versão cuspida da história original, sem nenhuma cena clássica. Não houve o "you are not you, you are me",não houve o Kuato, não houve a cena da gorda se desmantelando e não houve nem a cena com Schwarzenegger arregalando os olhos. A única referência ao filme original, foi a presença da alien com três peitos, e talvez tenha sido essa indiferença ao clássico que tenha tornado o remake tão ruim. E, pelo que vemos, Robocop está tomando um caminho diferente de Vingador do Futuro. Por mais que a metáfora e a crítica social estejam aparentando ser deixadas de lado, o longa de 1987 definitivamente não foi esquecido, já que no próprio trailer são vistas algumas referências.
 Por exemplo, vemos o robô clássico ED-209 em um frame do trailer (não significando que ele fará parte da trama, mas é um bom recado aos fãs antigos), o design clássico, porém estilizado, (cinzento e mais troncudo) do robô também é visto no trailer. E, por último, vemos e ouvimos praticamente a frase mais icônica que o policial Alex Murphy já disse na sua vida (Ou pós-vida): Vivo ou morto, você vem comigo.
 Caindo um pouco pra fora do trailer, também podemos mencionar o belo pôster oficial do filme que foi lançado com uma frase também clássica: Your move, creep.

 
 Devido a isso, também devemos exigir que certas referências OBRIGATÓRIAS sejam feitas no filme. Muitas das frases de Murphy são consideravelmente fortes e dignas de serem colocadas no filme. "Eles vão te consertar, eles concertam tudo". "Murphy". "Obrigado pela cooperação, boa noite". "He's a cop killer!".
  E além das frases, outras referências podem ser inclusas. A metáfora de "policial programado por um sistema" só toma força se forem apresentadas as clássicas diretrizes do homem máquina. "Servir a população, proteger os inocentes e cumprir a lei". Sem contar que cenas de violência como a famosa cena do lixo tóxico e a da morte de Dick Jones (após ser demitido) são coisas que encaixariam bem no filme...mas que sabemos de sua dificuldade devido à censura dos dias atuais.
 Enfim, se é pra fazer um filme saudosista e honroso, as referências são bem vindas. Na verdade, as referências são bem vindas em qualquer ocasião. MUDANÇA APROVADA!

 Depois desta breve análise, é fácil concluir que muita coisa pode dar errado e certo neste novo filme. Nossas esperanças são de que o filme se mantenha atualizado e, mesmo assim, respeite ao conteúdo antigo, fazendo uso das metáforas e de todas as críticas sociais que tornaram Robocop algo único.
 Só nos resta pedir.
 Por favor, José Padilha. Assista ao filme diversas vezes, para não fazer besteira.
 Por favor, Paul Verhoeven. Não deixe que estraguem o filme que você suou tanto pra fazer.
 Por favor, Detroit. Receba com orgulho a estátua do Robocop. (Sim, apoio esta causa).
 E por favor, Robocop. Não nos decepcione.

Por que ninguém se importa com a Mulher-Maravilha?

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Hoje em dia, o cinema está dominado.
 Quem antes dominava esse cenário tão amplo agora aparece de vez em quando. Tarantino lança um filme há cada dois anos, J.J. Abrams assume duas franquias que (mesmo quebrando recordes de bilheteria) não caem na boca do povo e Steven Spielberg está dormindo há tanto tempo que é quase impossível dizer que ainda é um dos melhores cineastas conhecidos.
 O cinema agora é deles - Os super-heróis. Seres extremamente poderosos que usam capas, ceroulas, armaduras, artefatos mágicos ou apenas sua grande vontade de combater o crime ou, muitas vezes, de obter vingança.

 Provenientes dos quadrinhos, não há um trimestre sem filme de heróis nas telonas. E a maior produtora neste meio é, inegavelmente, a Marvel Studios (e a Fox e a Sony, produtoras de filmes sobre outros heróis da editora Marvel).
 Porém, depois do sucesso que o filme d'Os Vingadores fez ("oh, um filme de equipe fazendo tanto sucesso!"), a DC Comics (ou melhor,a Warner Bros) se sentiu na obrigação de também lançar um filme da Liga da Justiça, sua melhor e mais famosa equipe de heróis, formada classicamente nos quadrinhos por Super Homem, Batman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde, Aquaman, Caçador de Marte e Flash.
 Isso não era uma boa ideia e nem mesmo viável, já que na época o único personagem da editora apresentado nas telonas era o Batman, que já estava tendo uma trilogia encerrada no mesmo ano, com o lançamento de Dark Knight Rises.
 Para recuperar o tempo perdido, foi lançado Homem de Aço em 2013, reapresentando Super Homem, o carro-chefe da DC e possível líder d'A Liga. Pouco tempo depois, uma sequência de Homem de Aço foi anunciada. Uma sequência com a participação de mais um protagonista: O Batman, que, descobrimos depois, será interpretado pelo Ben Affleck.
 Se já não bastasse o fato do "filme do Superman" não ter atingido grandes notas entre os críticos e fãs dos quadrinhos e o fato de TODO MUNDO ter odiado a escolha de ator para o Batman, uma nova notícia nos pega de surpresa.


Foi confirmada a presença de Mulher-Maravilha em Batman VS Superman....e mais = Interpretada por Gal Gadot. O tão esperado filme que, conforme os pensamentos gerais dos fãs, serviria mesmo para introduzir o novo Batman no cinema dando total dedicação ao Super Homem já apresentado e foco ao novo Homem Morcego. Um filme dos dois, já testando a tão almejada parceria.
 E agora, Mulher-Maravilha (interpretada pela Gal Gadot, não podemos esquecer) foi adicionada á equação.
 E há realmente muita coisa para se criticar em relação a essas duas notícias.
 Notícia número um - Teremos Mulher-Maravilha como participação especial no próximo filme da DC Comics.
 Notícia número dois - Gal Gadot será a atriz.
 No caso, todas as críticas negativas que podem ser proferidas em relação à estes novos fatos são:

1 - Mulher-Maravilha é uma personagem muito importante para que faça apenas uma pontinha em um filme do Batman com o kriptoniano. Ela merece um filme solo!
2 - Além de Mulher-Maravilha, os estúdios afirmam que há a remota possibilidade de vermos Robin, Flash e Apocalipse no filme. Com tantos personagens assim, por que não pular esse filme fazer logo um da Liga da Justiça?
3 - Nesse ritmo, o filme vai ter muita coisa! Informação demais em filmes de herói são prejudiciais à qualidade.
4 - Gal Gadot é magra demais pra ser uma amazona. Pouco peito e físico de mulher que conhecemos das HQs.
5 - O currículo da atriz não é muito agradável. Só o que se vê são filmes de ação medianos e uma comédia romântica.
6 - Depois de ter sido tão criticada em escolher Affleck para o homem-morcego, a Warner bem que poderia ter pensado melhor antes de escolher "qualquer um" para interpretar Diana Prince.



Porém, mesmo que hajam motivos de sobra (alguns injustos e errados mas, ainda sim, motivos) para reclamar desta notícia e malhar a atriz como malharam Ben Affleck e Heath Ledger, quando escolhidos para seus papeis....poucos foram os que se pronunciaram contra essa escolha. Ninguém disse que gostou, mas ninguém disse que odiou, A movimentação foi terrivelmente ínfima, o que dá a impressão de que ninguém dá a mínima para essa personagem.
 Mas há explicações. Explicações tristes que simplesmente resumem o motivo de Mulher-Maravilha, Mulher-Gato e qualquer outra super-heroína não surtir tanto efeito quanto Super Homem ou Batman.

Por que as pessoas não reclamaram de:

"1 - Mulher-Maravilha é uma personagem muito importante para que faça apenas uma pontinha em um filme do Batman com o kriptoniano. Ela merece um filme solo!"

Se formos citar filmes bons de super-heróis, teremos inúmeros. Agora cite filmes bons de super-heroínas. Ou melhor, cite apenas filmes de super-heroínas. Pensa-se em Mulher-Gato (aquele com a Halle Berry) e Elektra (o pior filme baseado em HQs de todos os tempos) e mais nada. De resto, apenas outras participações de garotas X-Men, Mulher-Gato nos filmes do Batman e a Viúva Negra n'Os Vingadores. Heroínas não ganham espaço nas telonas, e os fãs, infelizmente, já aceitaram essa regra injusta e sexista que os estúdios de filmagem impõe. Ou seja, a personagem é importante? Evidente que sim, mas ainda é uma heroína e, segundo a Warner Bros, não merece um filme só pra si ou ao menos uma condição de destaque no cinema.

"2 - Além de Mulher-Maravilha, os estúdios afirmam que há a remota possibilidade de vermos Robin, Flash e Apocalipse no longa. Com tantos personagens assim, por que não pular esse filme fazer logo um da Liga da Justiça? "

A Warner está desesperada. A Marvel já planeja um Vingadores 2, enquanto um filme da Liga da Justiça ainda esperará até 2020 para começar a ser filmado. Ou seja, todo o tempo possível precisa ser aproveitado para apresentar personagens. Isso pode sair corrido e mal-feito? Claro que pode. Mas por enquanto, apenas a Mulher-Maravilha foi confirmada, e personagens femininos (na opinião de alguns fãs) não precisam de construção perfeita. Precisariam apenas de um belo corpo e cenas de ação que o favoreçam (como Scarlett Johansson em Vingadores). Talvez se a integridade de Flash ou Asa Noturna for ameaçada, uma nova rebelião se inicie na internerd. 

"3 - Nesse ritmo, o filme vai ter muita coisa! Informação demais em filmes de herói são prejudiciais à qualidade."

Essa é fácil de justificar. Muita informação, correria e todos os outros defeitos de uma produção cinematográfica ás vezes podem ser compensados pelo conteúdo que apresentam. Nesse caso, o fã pensa "Ainda vai ter Batman e Super Homem? Então tudo bem."

"4 - Gal Gadot é magra demais pra ser uma amazona. Pouco peito e físico de mulher que conhecemos das HQs. "

 É o tipo de crítica que nenhum fã de cinema e adaptações em geral pode utilizar. Gadot irá passar por todo um treinamento antes de finalmente iniciar gravações do filme. A equipe de produção não irá simplesmente lhe dar o uniforme e dizer "Seja o que Hipólita quiser". Todo bom conhecedor do cinema de ação sabe que os atores passam por um grande treinamento, dietas especiais e preparos físicos. Tudo isso para garantir que a modelo sem bunda de Velozes e Furiosos se torne a mística e modelada Diana Prince. A mínima manifestação sobre o corpo de Gadot se deve ao fato de que todos sabem que até o ator mais magro pode se tornar um Schwarzenegger, e Gal Gadot pode não ser uma Mulher Maravilha, mas é uma maravilha de mulher.
 E se ainda há dúvidas sobre os milagres que treino, maquiagem e lentes de contato podem fazer, lembre-se que o mesmo ator que fez The Machinist fez Batman Begins, com diferença de um ano entre os filmes.
  
Adaptação corporal e monetária de Christian Bale. No pain no gain. 

"5 - O currículo da atriz não é muito agradável. Só o que se vê são filmes de ação medianos e uma comédia romântica. "

Depois que julgamos Heath Ledger por ser ator de "O Segredo de Brokeback Mountain" e "10 Coisas que Eu Odeio em Você" e quebramos a cara vendo o ator ser o melhor Coringa que já vimos, aprendemos a não deixar que os filmes antigos de um ator nos deixe com medo dele danificar o filme para o qual está escalado. Portanto, é irrelevante que Gal Gadot já tenha passado por "Velozes e Furiosos" ou "Uma Noite Fora de Série", porque agora ela será a Mulher Maravilha, e filmes medianos no passado não significam o mesmo no presente. E, sem contestar a qualidade de seus trabalhos anteriores, em todos os filmes Gadot se mostrou uma ótima atriz. 


"6 - Depois de ter sido tão criticada em escolher Affleck para o homem-morcego, a Warner bem que poderia ter pensado melhor antes de escolher "qualquer um" para interpretar Diana Prince. "

Sinceramente, o que fizeram com Affleck foi o maior esculhambamento já visto na história da escolha de atores. Mas, claro, com razões. Levando em conta a quantidade de filmes mal atuados por Affleck, ficou quase inaceitável que este pudesse sequer interpretar o Batman. Já com Gal Gadot foi diferente. 
 Haviam muitos atores "cotados" pra Batman. Josh Brolin, Gerard Butler e até mesmo o Jensen Ackles. Isso gerou muita expectativa e uma grande decepção, quando descobriram que nenhum de seus escolhidos era o eleito. Já para Mulher-Maravilha, a única atriz cogitada e que havia animado os fãs era a linda e perfeita para o papel, Jamie Alexander. 

Jamie Alexander como Lady Sif em Thor: O Mundo Sombrio.
Sem contar que Ben Affleck não demonstra ter nenhum tipo de proximidade com Bruce Wayne. Já Gadot é completamente a Mulher-Maravilha da vida real.
 Definição de Mulher-Maravilha - A melhor personagem feminina da DC Comics. Morena e imponente, surpreende por sua beleza estonteante e sua sede de batalha e confronto.
 Definição de Gal Gadot: Garota que em 2004 recebeu o prêmio de Miss Israel e representou o país no concurso Miss Universo, e em 2007 se alistou para o exército do mesmo país. É ou não é uma maravilha de mulher?
 O que sobra de "Princesa" por fora, resta de "Diana de Themyscira". Com dedicação e incentivo de todos os fãs, teremos uma ótima amazona coadjuvando no filme que retratará os maiores heróis da DC Comics. 

 Nota-se que poucos reclamaram de Gal Gadot como Mulher-Maravilha. A maioria deles porque sabe que todo e qualquer possível problema pode ser reparado e até mesmo evitado. Afinal, estamos falando de uma das maiores produções que o cinema de heróis terá...é garantido que tudo será feito com extremo cuidado.
 Agora, para aqueles que pouco se importaram com essa atriz e dizem que super-heroínas não tem graça, Mulher-Maravilha não faz diferença, "tanto faz quem interpretar" ou que dizem preferir a Megan Fox....
 Saibam que Diana se sente muito decepcionada com todos vocês.


Dez Respostas - O Grinch

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O Natal se aproxima e, como de costume, o Literatura do Guimarães se adéqua a época e um texto temático surge. Quando o blog era mais informativo, o texto de Natal era uma biografia do Papai Noel. No ano passado, quando eu tava mais filosófico saiu todo um artigo sobre pessoas que odeiam o Natal.
 Como nesse ano eu (e o blog, por consequência) estão MUITO mais cinéfilos e nostálgicos, nada mais justo que falar de um dos personagens do Natal que eu mais gosto (e do meu filme natalino favorito): O Grinch.
 Se você o conhece -é quase certeza que conhece- com certeza é por causa do filme de 2000, dirigido por Ron Howard (diretor que adora adaptar livros do Dan Brown para o cinema) e estrelado pelo nosso tão adorado Jim Carrey.
 No filme de 2000, conhecemos o Grinch; Uma criatura verde e peluda que detesta o Natal, diferente de todo o resto da cidade em que mora...com exceção da pequenina Cindy Lou Quem, que mesmo gostando do Natal não consegue entender seu real significado. Com um roteiro imaginativo, divertido e incrementado pelas expressões faciais de Jim Carrey, os dois personagens preenchem, uns nos outros, o que faltam em seu coração.
 Sem mais informações e curiosidades aqui, começa uma pequena sessão com dez respostas e curiosidades sobre este filme e também toda obra relacionada a este icônico personagem natalino.




 01 - Da onde veio a história do Grinch?


Como muitos filmes bons,vem de um livro!! Em 1957, era publicado e inventado "How the Grinch Stole Christmas", que deu início a este icônico personagem e sua linda história. Claro, era absurdamente diferente do que se tornou no filme de 2000. Escrito para crianças, o livro dos anos 50 era repleto de ilustrações, com apenas 64 páginas e, o mais interessante, escrito todo em rimas. Desde as frases do narrador até as falas dos personagens (as rimas se mantém mesmo na versão em português).
 Engraçado, infantil e educativo o livro segue uma linha de escrita divertida e semelhante a de autores brasileiros como Pedro Bandeira e Ruth Rocha, que divertem a criança e encantam o adulto.

 02 - Quem inventou essa grande mitologia?



  Theodore Seuss Geisel, mais conhecido como Dr. Seuss. Nascido em 1904 e morto em 1991, foi um dos maiores e mais importantes cartunistas e escritores de literatura infantil norte-americana e mundial.
 Além de "Como o Grinch Roubou o Natal", Seuss foi o responsável por "Ovos Verdes com Presunto" (livro que as mães, nos EUA, costumam ler para seus filhos enquanto os mesmos ainda estão em sua barriga), O Gato da Cartola (que inspirou um filme e um desenho animado do Discovery Kids), O Lorax (adaptado para uma animação com Zac Efron e Danny DeVito na dublagem) e Horton e o Mundo dos Quem (também adaptado em animação).
 Embora fosse um homem de muitos sucessos e grande moral (afinal, lutou na Segunda Guerra apenas por odiar nazistas), seu ápice foi mesmo em 1957, com a criação de Grinch, seu personagem mais lucrativo.
 As maiores características de Seuss são sua narrativa divertida e comparativa, suas rimas, suas lindas ilustrações simples e a mania de colocar mundos novos dentro de lugares minúsculos (como a Quemlândia que, em O Grinch, fica dentro de um floco de neve e, em Horton e O Mundo dos Quem, dentro de um cisquinho ínfimo).

 03 - Quais as diferenças do livro e do filme?

 Muitas. A começar pela aparência d'O Grinch. Enquanto no filme ele é verde, peludo e assustador, no livro vemos um Grinch branco, de olhos vermelhos e...tá bom, assustador.
 Além disso, o livro também é, como mencionado, todo em rima. No filme, apenas a narração é feita em rimas e os diálogos correm normais. Os monólogos também. Sim, há monólogos.
Os monólogos também são um exemplo de diferenças entre o filme e o livro. Enquanto a obra literária foca em só uma linha de história e repleta de ilustrações pra entreter uma criança em sessenta páginas, o filme de 2000 adiciona muitas coisas bônus como explicações para certos acontecimentos da trama e chega a apresentar até mesmo novos personagens e cenas que fortalecem a relação do monstro cinematograficamente verde com a pequena Cindy Lou Quem.
 Isso tudo sem mencionar a personalidade do protagonista. Se no livro ele é antipático, malvado, ranzinza e fechado...no filme o overactor Jim Carrey o torna tudo isso, só que com caretas, gritos, expressões faciais e vozes engraçadas.

04 - O filme foi premiado? 


Todo Natal, pelo menos uma pessoa no mundo tenta reproduzir a maquiagem vencedora de Oscar.

Pouco premiado, mas foi indicado para vários prêmios. Alguns ótimos, outros tristes.
No caso dos ótimos prêmios, pode-se citar o Globo de Ouro para Melhor Ator em Comédia ou Musical, onde Jim Carrey foi indicado...mas perdeu para George Clooney, com o filme "E aí,meu irmão, cadê você?"No não tão grandioso Saturn Awards, Grinch levou pra casa um troféu de melhor música, devido a quantidade de músicas natalinas do longa ou da clássica "You Are a Mean One, Mr. Grinch".
 Já para compensar o prêmio pequeno no Saturn Awards, o filme também levou três indicações ao Oscar. Uma pra melhor figurino, um pra melhor direção de arte (ambos perdidos) e um para melhor maquiagem (que ganhou, afinal deve ser muito difícil maquiar um Grinch).
 Já se tratando de prêmios tristes, a obra também foi indicada para dois Framboesas de Ouro (prêmio para os piores do ano) em Pior Remake ou Sequência (que, felizmente, perdeu para A Bruxa de Blair 2) e Pior Roteiro (que também foi derrotado por Campo de Batalha, ficção científica com John Travolta).
 Disso tudo, o que podemos retirar é: A maquiagem de Grinch sempre será muito valorizada.

05 - Há outras obras baseadas no livro?



Sim. O curta-metragem "Como o Grinch Roubou o Natal" foi lançado até mesmo antes do filme O Grinch.
 Com estreia em 1966, o curta foi dirigido por Chuck Jones (gênio responsável por boa parte das aventuras dos Looney Tunes) e obtém, entre os cinéfilos, mais prestígio do que o filme de 2000.
 O curta segue a mesma história do livro, porém de modo mais fiel e sem acrescentar novos artefatos em sua composição, apenas colorindo o Grinch de verde. Todos os anos, durante a época de Natal e feriados do fim de ano, este pequeno filminho é exibido nos Estados Unidos, exercendo valor cultural quase tão grande quanto o de O Mágico de Oz, que é exibido todos os anos no dia de Ação de Graças.

 06 - O que é O Grinch?


 - What is the Grinch?
 - He is a Who. Well, he is not exactly a Who...he is a...
 - What?
 - Yes. He is a What.

 Em um universo onde todos são Quem (humanos com feições de roedor e alguns pelos espalhados pelo corpo, além de cabelos extravagantes), fica até difícil de entender o que é o Grinch. Tanto que, em uma cena, o pai da pequena Cindy chega a comentar que ele não é um Quem, e sim um Quê.
 Mas a verdade apresentada pelo filme é que Grinch não passa de um Quem que, enquanto estava caindo do céu em sua tradicional cesta, foi atingido por um vento muito forte e estranho. Assim sendo, desde pequeno ele já se mostrava como o único Quem esverdeado e felpudo.

07 - Por que ele odeia o Natal?

Se formos pegar o livro de exemplo, não obteremos resposta. O livro infantil (e também boa parte do início do filme)diz que ninguém sabe os motivos ao certo. "Talvez sua cabeça seja grande demais, talvez seus sapatos sejam apertados demais".
Também na obra literária, afirma-se que a resposta mais provável é que o coração d'O Grinch é duas vezes menor que os normais.
Já em obras cinematográficas, há o roteiro...onde todas as pontas precisam ser amarradas e todas as frases precisam de um ponto final. Ou seja, a aversão ao Natal cultivada pelo Grinch é explicada com a seguinte história:
Na infância, o pequeno Quem esverdeado estudava na escolinha como todos os outros Quem. Talvez um pouquinho mais bagunceiro, mas ainda sim normal. Certo dia, chega a época de Natal e a professora diz que cada um deveria dar um presente pra pessoa que mais gostasse. Logo, o pequenino rabugento decide presentear a linda (nos padrões dos Quem) Martha May com uma linda (nos padrões de..bem...ninguém!) boneca feita por ele mesmo. Ao aparecer na escola com o presente, o pequenino sofre bullying pelos outros garotos, especialmente por Augustus May Quem (que mais tarde se tornaria o prefeito) que lhe diz a frase clássica "Você tem oito anos e tem barba!".
Ao sofrer tamanha humilhação, o Grinch se revolta e destrói, na pancada, o Natal de sua escola e desenvolve um ódio imensurável pela data....ódio esse que ele leva até a vida adulta.

08 - Afinal, como o Grinch roubou o Natal?


"Than he got an idea. An awful idea. The Grinch got a wonderful awful idea."

Cansado das músicas de Natal, de ouvir os Quem festejando e de ter que ser submetido a todo aquele clima de feriado que tanto detesta, o protagonista resolve acabar com a festa...roubando-a. Então, na véspera de Natal ele surge nas casas de todos os Quem vestido de Papai Noel (com seu adorável cachorro Max fantasiado de Rudolph, a rena do nariz vermelho) e leva o Natal deles para o topo de sua montanha.
"Ué? Como assim ele leva o Natal deles?"
Sim! O Grinch rouba tudo aquilo que ele pensa ser o significado do Natal. Rouba a comida, rouba a árvore,rouba os presentes, os enfeites, as luzes e por aí vai. Achando que isso vai impedir o Natal de vir, O Grinch gargalha em sua casa. Mas quão grande não é sua surpresa quando...ele vem. Sem presentes,comida ou enfeites...o Natal vem.

09 - O que houve com o elenco de O Grinch?


Jim Carrey, intérprete grandioso e overactor do personagem principal,continua fazendo milhares de filmes por aí, incluindo O Todo Poderoso, Sim Senhor!, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Desventuras em Série.
Já Anthony Hopkins (que fez a bela narração do filme mas não tão bela quanto a que o Antônio Fagundes fez na versão dublada) também aumentou sua carreira depois deste filme, fazendo ainda Dragão Vermelho, Hannibal e A Lenda de Beowulf.
Mas pra isso ninguém liga! Todo mundo sabe o que o Jim Carrey anda fazendo, e Hopkins também vive na mídia. O grande motivo desta pergunta ter sido selecionada pra estar aqui é: Taylor Momsen, a intérprete da pequenina Cindy Lou Quem...o que houve com ela?
Ela cresceu, obviamente. Alisou as tranças bizarras e colocou maquiagem como um panda, trocou as roupas absurdamente coloridas por pretas e brilhantes...e virou vocalista de uma banda de rock.
Taylor Momsen dos anos 2000 - A garotinha de oito anos que se encantou com O Grinch e ria ao escorregar por um túnel coberto de neve.
Taylor Momsen em 2013 - A loira sexy e bissexual vocalista de The Pretty Reckles.
O que, é claro, te faz lembrar que a primeira música da banda é um solo vocal de "Where Are You Christmas?"

10 - Por que O Grinch é tão bom?
Ok, talvez esta seja a pergunta mais pessoal entre essas dez. Como mencionado, é o filme de Natal favorito deste blog porque o blog é meu e só meu e isso tem alguns motivos. Primeiramente, a mensagem que o filme passa é sensacional. É sabido por todos que a história de um personagem ranzinza detestar o Natal e depois começar a amá-lo é clichê e nem um pouco original. Mas com O Grinch é diferente, pois mesmo com criaturas peludas, esverdeadas e com feições de rato...vemos algo realista. O personagem, ao descobrir o verdadeiro significado do Natal, não apenas passa a gostar da data...mas vê seu coração crescendo e se torna uma pessoa melhor. E por falar em verdadeiro significado do Natal, O Grinch é DE VERDADE um filme para toda a família. Enquanto sua filha bebê dá gostosas gargalhadas com as caretas do monstro ranzinza, seu avô de oitenta anos deixa lágrimas escaparem com as rimas singelas e a engraçada, porém emocionante, história do mesmo monstro ranzinza que é imitado por todos que o assistem. E todo o público vai admirar o significado do Natal. O público religioso vai admirar o Grinch por perceber que Natal não é sobre presentes (e muito menos vingança), e o público não religiosa vai admirar o Grinch por notar que o Natal não se trata sobre consumismo ou também nenhuma outro acontecimento bíblico, e sim a união,a festa...o amor exigido e pregado pela data. O que importa é que além de ser um filme que se passa durante a época do Natal, O Grinch é um filme que te ajuda a entender o Natal. A entender que talvez o Natal não venha de uma loja. O Natal, talvez, signifique um pouco mais.


Um feliz Natal para todos que acompanham o blog! E cuidado com o Papai Noel...aposto que ele mora lá em cima só pra fugir do imposto de renda ;).

Top V - Ex-BBBs que você não lembra.

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O Big Brother Brasil 2014 começou há menos de um mês e já está dando o que falar (mesmo entre os que não assistem). Desde o viral do rapaz musculoso explicando como funciona um touchpad , e até o vídeo de um outro rapaz musculoso (Ou o mesmo, pouco me importo) exibindo seu pênis durante um banho.
 E ao ver tantos rostos anônimos em busca de dinheiro e fama, chega até a ser triste lembrar que todos eles levarão ao menos uma pequena quantia de dinheiro...e possivelmente nenhum levará uma fama de verdade. 
 Assim, pense em todos os outros ex-BBBs dos quais você não lembra. E pensa nos que você lembra, também.
 Alguns sumiram e outros ficaram marcados por sua personalidade forte.
 Mas muitos deles deram sorte, e hoje levam uma vida pública tão badalada e movimentada que você nem se lembra que estes também foram um dos quatorze (e agora vinte) anônimos em busca de um milhão de reais.
 Entre atores, artistas, jornalistas e até mesmo personagens da ficção que passaram pelo programa, acompanhe esse top V.

V - Jean Wyllys

Sendo ao menos um pouco bem informado, chega a ser óbvio afirmar que você conhece esse rosto. 
 Hoje em dia, Wyllys é deputado federal e o político que mais fica em destaque quando o assunto se trata de defender as causas e direitos dos homossexuais. 
 Homossexual assumido, já teve debates (onde a massa sempre esteve do seu lado) contra os comentários homofóbicos dos políticos Marco Feliciano e Jair Bolsonaro e o líder religioso Silas Malafaia. Formado em jornalismo e letras, o deputado já publicou três livros; "Aflitos", "Tudo Ao Mesmo Tempo Agora" e "Ainda me lembro". Este último, relatando suas experiências vividas na época em que estava confinado na casa do reality show Big Brother Brasil 2005, onde foi vencedor e provou que pessoas de alto nível moral e intelectual também podem participar do reality show de tão má fama nos dias atuais.




IV - Grazi Massafera.

 Sendo nos dias de hoje uma atriz muito famosa, Grazi surpreende muitos por ser tão linda e também talentosa. 
 Tendo começado com papel quase insignificante na novela Páginas da Vida, Grazi evoluiu ao ser protagonista de Negócio da China, vilã ninja de Tempos Modernos e também protagonista em Flor do Caribe. Por serem novelas globais, podem até achar que seus dotes de beleza sejam maiores que seus dotes artísticos, e isso não é verdade. 
 Mesclando boa atuação com sensualidade, conseguiu papeis na série As Cariocas, ser dubladora em O Mar Não Está Pra Peixe e até conseguiu interpretar Maria Madalena em uma peça de teatro bíblica.
 Duvide ou não até de sua fidelidade no seu recém-acabado relacionamento com o galã Cauã Reymond, mas não de seu talento cênico.
 Pois não é qualquer um que mantém fama após ter saído do Big Brother Brasil 5, sem nem ter vencido (sendo que essa edição foi vencida por Jean Wyllys).


III - Sabrina Sato

 Essa você conhece, sem sombra de dúvidas.
 Seja das propagandas da Riachuelo, da música É Verdade, da época em que foi dançarina do Faustão, de suas reportagens de cunho humorístico forçado nos programas Pânico na Band e Pânico na TV....ou até mesmo da vez, em 2003, quando foi participante do Big Brother Brasil.
 Com uma burrice forçada e sensualidade inocente também forçada, Sato é famosa por seu sotaque de Petrópolis e sua ausência de talentos artísticos. 
 Se não a conhece do Pânico ou de seus ensaios sensuais (onde a mesma parece uma paquita), impossível de conhecê-la do Big Brother Brasil, já que (daquela edição) até o vencedor Dhomini (ex-namorado da japonesa) voltou a ficar pobre e a se recolher no anonimato.


II - Tuco

 Não, o Lúcio Mauro Filho não participou do Big Brother Brasil....e sim o seu personagem mais famoso = Tuco, o Artur Silva do seriado global, que está no ar há mais de dez anos, A Grande Família.
 Acontece que desde o início do seriado, o personagem Tuco sempre esteve em busca da fama (sendo que recentemente até chegou a ser, dentro da ficção,ator do Zorra Total).
 Como todo brasileiro neurótico em busca de fama, Tuco entrou para o Big Brother Brasil na quinta temporada do seriado, onde era motivo de brigas na casa por ser relaxado e preguiçoso.
 Como um bom estrategista, Tuco revela ser gay como modo de cativar o público com seu carisma homossexual....mas hétero como é, não resistiu e partiu pra cima de uma das garotas. 
 Tendo seu segredo hétero revelado, foi odiado pelo público e expulso do reality na semana seguinte.

I - Rolo

 Finalmente, o grande motivo deste texto estar incluído também na categoria de quadrinhos.
  Rolo, o personagem da Turma da Mônica que é adolescente muito antes da turma toda ser, também sempre foi hippie, mulherengo, exibido e louco por fama e grana.
 Assim sendo, se inscreveu e entrou para o BBB (na historinha chamado de Big Bonde Brasil). Porém, diferente de Tuco, não chegou nem perto de vencer a competição. 
 Sendo relaxado, preguiçoso e desleixado, foi chamado de nojento ao coar café com uma meia...e logo foi retirado da casa.

 Esses eram os bons tempos (Ou apenas menos ruins) deste reality, que hoje em dia é considerado por muitos como sinônimo de falta de cultura ou QI baixo, quando na verdade é apenas um programa de TV. Inclusive, um programa de TV cujo apresentador é um dos cérebros mais desenvolvidos do Brasil.
 O conteúdo pode até ser deplorável, e os participantes ainda mais...mas vale SIM a pena lembrar que foi do BBB que retiraram um político inspirador, uma atriz em potencial, uma comediante irritante, e dois personagens ficcionais muito queridos pelo público (quando lembrados).
 E nos dias de hoje, o argumento mais inteligente do programa...continua sendo a música tema.


Baseado em fatos (reais).

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 As melhores histórias já contadas são aquelas que realmente aconteceram.
 Aquele filme de terror assusta muito mais quando ouve dizer que os espíritos fizeram aquilo de verdade.
 O drama de superação arranca muito mais lágrimas se você souber, também, que pode encontrar o protagonista do filme apenas pegando um avião e voando para perto de sua casa.
 O livro sobre o cachorro travesso que morre no final te emociona ainda mais quando você lê na capa que alguém verdadeiro realmente pegou aquele cachorro no colo e afagou os pelos de suas costas (isso, claro, antes dele sair correndo para fechar uma praia).
 E não é entusiasmante ler sobre a história da vida de um artista sabendo que pode ir assistir a um show dele na primeira oportunidade que tiver?
 Todos esses exemplos mostram que uma das melhores formas de apreciar uma história é sabendo que ela é real, ou ao menos adaptada de uma história real.
 Um dos modos mais eficazes de saber quando um filme ou livro deriva de algo verídico é obtendo a informação da própria obra, por uma capa do material ou através de um trailer.
 Por exemplo, no caso das capas dos filmes Fuga de Sobibor e Escritores da Liberdade, e do livro O Trem.





E se não estiver gravado na capa da obra, uma breve pesquisa pode te ajudar a descobrir a veracidade dos eventos retratados no filme e/ou livro.
 No caso de obra cinematográfica, um trailer ou comercial pode ser a chave para a descoberta.
 Nos trailers abaixo de, respectivamente,"Operação Valquíria" e "Bling Ring: A Gangue de Hollywood"(ambos filmes horríveis) mostram que são roteiros adaptados do tedioso e cansativo mundo real através da frase tão conhecida : Baseado em fatos reais.


 Este filme conta a história de um dos casos mais desconhecidos pelo grande público que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial. Um coronel alemão se junta a uma resistência para efetuar a Operação Valquíria, que consiste em assassinar Adolf Hitler e dominar o país e todo o império que o mesmo ergueu após sua morte.
 Incontestavelmente, uma história real.


 Em um filme dirigido pela insuportável Sofia Coppola e estrelado pela amável Emma Watson, vemos um famoso caso de ondas de crimes que tomaram conta da televisão americana durante alguns meses.
 Um grupo de jovens regularmente invadia casas de pessoas famosas (extremamente conhecidas como Lindsay Lohan, Paris Hilton e Kristen Dunst).
 Envolvendo o nome de tantas celebridades que brilham nos palcos do mundo real, também é óbvio que Bling Ring se trata de um filme com verdade em seus acontecimentos.
 Ou, como diz o seu próprio trailer (ou o trailer anterior e as capas de livros e filmes acima), um filme baseado em fatos reais.

 Até que nos deparamos com o recentíssimo trailer de Caçadores de Obras-Primas, filme que ainda nem sequer estreou em terras brasileiras.


 No trailer desse novo filme sobre a Segunda Guerra, muitas coisas chamam a atenção. Melhor dizendo, todas as coisas nesse filme chamam a atenção. O elenco de peso (Matt Damon protagonizando), a volta de Bill Murray como coadjuvante cômico, o bigode de George Clooney e a função de diretor atribuída ao mesmo.
 Porém, entre todos esses elementos que chamam a atenção, há um que está diretamente relacionado com este texto.
 Ainda no início do trailer, temos a confirmação de que se trata de uma história verídica. Porém, ao invés de utilizar a frase "baseado em fatos reais", o trailer utiliza "baseado em fatos". Sem "reais".

 Gera uma sensação estranha ver o termo incompleto, e muitos podem até pensar que está errado.
 Crescemos lendo livros baseados em fatos reais, assistindo filmes baseados em fatos reais e ouvindo músicas baseadas em fatos reais (inclusive a própria Baseado em Fatos Reais, dos Detentos do Rap).
 E o costume e comodidade com este termo até nos faz pensar que seu uso no trailer de Caçadores de Obras-Primas está completamente errado. Sim?
 NÃO!
 Baseado em fatos está completamente certo. Baseado em fatos reais é que sempre esteve errado durante todos esses anos e muitos nunca perceberam.  Tudo se trata do pleonasmo.

 Pleonasmo, assim como a ironia e o sarcasmo, é uma das figuras de linguagem mais usadas e conhecidas e uma das únicas que quase todo mundo conhece pelo nome. Trata-se do vício de linguagem que utiliza, sem necessidade, na mesma frase duas palavras que possuam o mesmo significado e deixa a frase feia e com sentido redundante.
 O pleonasmo é berrante em termos como "subir pra cima" (se você sobe, obviamente é pra cima) e "prefeitura municipal" (não existe nenhuma prefeitura estadual ou federal).
 Mas, como existe o berrante, há também o pleonasmo que se torna imperceptível devido ao fato de ser muito comum, como nos termos "junto com" (Junto representa união. Se está junto, obviamente está com alguém. O correto seria junto A ti) e o "baseado em fatos reais".


 Segundo o dicionário Michaelis, eis as definições das duas palavras.
 Fato: O que é real.
 Real: Verdadeiro.
 Entenderam? Assim como um "sair pra fora" ou um "gritar alto", "fatos reais" soa EXTREMAMENTE redundante.
 Todo fato é real. Não existe um único filme baseado em fatos de mentira. Esses são a chamada ficção.
 A necessidade de confirmar, intensificar e frisar a todo o momento de que tal informação ou tal fato é realmente real foi o que acabou criando esse termo pleonásmico e fazendo com que ninguém nunca notasse seu pleonasmo.
 Como nasce um termo e como ele se fixa? Simples de se responder com este mesmo exemplo.
 Ele nasce da necessidade de dizer algo de uma nova maneira, e se fixa com a repetição. Pois se em todos esses filmes, livros e trailers é repetido o modo inadequado de se escrever....o único que acaba soando inadequado é o que está certo, o trailer de Caçadores de Obras-Primas, filme que parece ser muito bom demais.

 E não há problema em continuar escrevendo e falando este termo como sempre. Pode utilizá-lo. Mas tenha ciência de que todo fato é real, e que está fazendo uso de uma linguagem redundante e que gasta palavras sem uso.
 A única ocasião que justificaria o uso de "baseado em fatos reais" seria se, como nas velhas piadas, falassem de um cigarro de maconha (baseado) enrolado em folhas de um jornal (fatos reais).

Jesse Eisenberg é Lex Luthor - Dos males, o menor.

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 Impossível entender o que a Warner/DC tá planejando pra esse filme do Superman (que todos apelidaram carinhosamente, e esperançosamente, de Batman VS Superman).
 Com quase nada do roteiro revelado e todas as especulações de novos personagens (aposto que se todas forem realmente confirmadas, esse filme vai ser uma bagunça incontrolável), ainda há o pior detalhe: A cada confirmação de ator que é feita pra esse filme, eu morro um pouquinho.
 É como se a Warner estivesse com uma caixa cheia de bilhetes esperados e aprovados e um único secreto e meia boca. Aí na hora de sortear os atores, sempre sai esse inesperado e meia boca.
 Foi assim com Batman. Todos preparando as palmas para Josh Brolin e...BUM. Ben Affleck é o Batman.
 Foi assim com Mulher Maravilha. Os marmanjos esperando a Jamie Alexander...e BUM. Gal Gadot.
 E agora, talvez não a mais repercutida e/ou comentada, mas a maior decepção dessas contratações acaba de ser feita: Depois de meses lendo rumores sobre Bryan Cranston (amigo de Ben Affleck e famoso por interpretar Walter White, o melhor careca da atualidade), abrimos o Omelete e lemos a notícia:
 "Jesse Eisenberg será Lex Luthor."
 E como alguém consegue ler isso e ficar calado?


 Por que? Por que?

 Terry O' Quinn, Bryan Cranston, Joaquim Phoenix....eles não eram bons o suficiente? Os prêmios que todos receberam não foram suficientes?
 Sinceramente, o problema não é com Eisenberg. Ele é um ator incrível. Consegue pegar aquele detalhe inexpressivo que irrita nos filmes do Michael Cera e justificar com o ar inteligente, misterioso e, muitas vezes, maligno em seus personagens. Isso se mostra verdadeiro no golpista de Truque de Mestre, no atrapalhado de Zumbilândia, no anti-social de A Lula e a Baleia (um dos melhores filmes já feitos) e muito mais no jovem bilionário de A Rede Social.
 Frisando o que já foi dito, Jesse Eisenberg é um excelente ator e ótimo para interpretar gênios ricos e estrategistas. Eisenberg pode interpretar qualquer gênio rico e estrategista....inclusive o Lex Luthor.
 "Mas ele não é careca! Ele é muito jovem! Nós queríamos o Bryan Cranston. E a DC tá pirando!"
 É claro que a notícia não gerou todo este estardalhaço. Mesmo sendo uma escolha mais maluca do que as outras e com mais chances de dar errado, Lex Luthor é um personagem que é menos conhecido que Batman ou Mulher Maravilha. É um vilão de alta importância. Não o mais poderoso, mas o mais importante (e talvez até o mais legal) vilão do Super Homem...mas mesmo assim ele ainda não é o Batman, e por isso não há tanto escândalo.

 Quando a atriz de Mulher Maravilha foi divulgada, também não ouve grande manifestação dos fãs e isso é frustrante...pois foi uma atriz de qualidade e histórico duvidosos.
 Agora a situação é diferente. Jesse Eisenberg foi anunciado como Lex Luthor e as manifestações dos fãs não foram nem um pouco notáveis. Mas nesse caso, isso é bom.
 Jesse Eisenberg HÁ TEMPOS é considerado um ótimo ator. Com suas manias (Tom Cruise corre, Keanu Reeves faz "whoa" e Jesse Eisenberg pisca) e uma bomba no currículo (o decepcionante A Vila, de M. Night Shyamalan), Jesse Eisenberg pode ser qualificado como uma ótima escolha para Lex Luthor.


 "Mas ele não é careca! Ele é muito jovem!"
 Muita gente não entendeu do que a sétima arte é capaz.
 Para que o exemplo de Christian Bale em The Machinist não fique batido, como ator mais recente podemos citar Matthew McConaughey que, para interpretar um aidético em Clube de Compras Dallas, emagreceu a ponto de ficar irreconhecível.
 Um ator motivado e um bom preparo poderia fazer até que Will Smith pudesse se parecer com Luthor. E montagens feitas por fãs, como esta acima, mostram que com o terno e a careca certa, Eisenberg pode ficar extremamente parecido com o Luthor que queremos ver. Nos tempos de efeitos especiais como os de Benjamin Button, a aparência é o que menos interfere no desempenho de um ator.
 E é sempre válido lembrar que, originalmente nos quadrinhos, Lex tinha cabelos ruivos e compridos.


Mas ele não é o Bryan Cranston.
 Acho que com essa todos nós concordamos.
 A maior expectativa para o papel de Luthor era o grande Heisenberg, Dr. White, Walter White...o novo ator favorito de todo mundo Bryan Cranston. Famoso por Breaking Bad, Argo, participações especiais em How I Met Your Mother e por ser o único ator que tenta manter cabelos acaju compridos e sempre é escolhido para personagens carecas.
 Boa parte da frustração dos nerds nem foi por terem escolhido Jesse Eisenberg...e sim por não terem escolhido Bryan Cranston.
 Todos queremos o nosso querido químico do mal como Lex Luthor...mas infelizmente, teremos que nos contentar com Jesse Eisenberg, e manter a esperança de que Cranston pode voltar a qualquer momento...como outro personagem nos próximos super filmes que estão por vir.


"Olha os filmes que ele já fez! Isso vai ser uma comédia!"
 Parece que temos um grande caso se repetindo aqui.
 Pense em Ben Affleck, nosso novo Batman. Ator protagonista de Pearl Harbor, Demolidor e Ele Não Está Tão a Fim de Você. Todos filmes consideravelmente sérios. Todos filmes extremamente ruins. Mesmo tendo participado de sucessos como Sobrevivendo ao Natal, Argo e Gênio Indomável..os fantasmas de seus fracassos nos assombram até hoje. E por isso boa parte das pessoas (que eu rezo pra que mordam suas línguas) deduzem com certeza que o coitado será um péssimo Batman, baseado em seus antecedentes.
 Agora...lembram-se de Heath Ledger?
 Já é até clichê lembrar que o ator responsável pelo melhor super vilão do cinema foi MASSACRADO pelo público quando surgiu a notícia de que ele, o jovenzinho Ledger, interpretaria Coringa, o maior vilão de Batman. "Como assim Heath Ledger? Ele não faz filmes sérios o suficiente pra ser Coringa. Ele fez um romance gay em O Segredo de Brokeback Mountain, um adolescente bad ass em Dez Coisas que eu Odeio em Você...e um conto de fadas em Irmãos Grimm." Mas na hora de avaliarem a escolha de Ledger, esqueceram de um detalhe. Todos esses filmes "água com açúcar" são excelentes, enquanto a grande maioria dos filmes sérios com Ben Affleck são vergonhosos.
E fomos, então, presenteados com o melhor Coringa possível e um dos melhores filmes de super-herois da era (o aclamado Cavaleiro das Trevas), que rendeu um Oscar póstumo de melhor ator coadjuvante para o saudoso Heath Ledger.
 E agora temos algumas críticas a Jesse Eisenberg. "Como que um ator de filmes adolescentes pode ser o Lex Luthor?"
 Esqueçam isso. Eisenberg e filmes adolescentes não estão NEM UM POUCO relacionados. Não é porquê você viu seu rosto em um longa muito engraçado como Zumbilândia que ele está restrito a isso.
 Eisenberg fez talvez o drama sobre divórcio mais realista já feito (A Lula e a Baleia) quando era realmente um adolescente, e foi (quase igual a Ledger) indicado ao Oscar de melhor ator ao interpretar Mark Zuckerberg (criador do Facebook) no filme A Rede Social.
 E se Bryan Cranston está ocupado, quem melhor para interpretar Lex Luthor (um gênio ganancioso e bilionário) do que o rapaz que foi indicado ao Oscar por interpretar um gênio ganancioso e bilionário?

 Mesmo não esperando um Coringa até porque Luthor precisa comer muito feijão com arroz pra ser igual ao Coringa, um resultado surpreendente é o que esperamos e é no que se sustenta todo esse texto e as especulações de qualquer fã (como eu) que esteja ansioso para ver Batman VS Superman nos cinemas.
 E nossa grande esperança é que Jesse Eisenberg, assim como a Warner, tenha uma carta na manga.



O Lobo do Oscar.

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 Falta menos de um dia para a cerimônia de premiações do Oscar, o prêmio para os grandes filmes e artistas que se destacaram no cinema ao longo do ano de 2013 (muitos deles, aliás, tendo estreado no Brasil no início de 2014).
 Com os indicados ás 26 categorias da premiação revelados, não tardaram as perguntas.
 "12 Anos de Escravidão ou Gravidade?", "Jonah Hill ou Jared Leto?", "Os afro-descendentes de 12 Anos de Escravidão e Capitão Phillips realmente merecem indicações?" e "Animações japonesas tem espaço no Oscar?".
 Mas dentre todas essas, há ainda a pergunta favorita dos fãs, dos críticos e da tão impiedosa internet:
 Será que, desta vez, Leonardo DiCaprio leva o prêmio de melhor ator?

A pergunta em questão é muito mais do que parece, pois, normalmente, quando julgamos se um ator receberá ou não um prêmio, a especulação gira em torno de seu talento. Mas este não é o caso.
 O talento de DiCaprio é indiscutível. Todos sabemos que o loiro em questão é um gênio em suas atuações e merece quase sempre os prêmios para o qual é indicado.
 A discussão, no caso de DiCaprio, se inicia apenas seguindo o conceito implícito de que: Leonardo DiCaprio é um maldito azarado!!
 Seja nos seus papeis (sendo que na maioria dos filmes ele morre ou é preso) quanto na vida real, sendo que é RARAMENTE indicado a premiações e é ainda mais raro que ganhe alguma coisa.


 Dessa vez,  a indicação é por ter interpretado Jordan Belfort em O Lobo de Wall Street (2013 - Martin Scorsese), um corretor da bolsa de valores golpista, criminoso, viciado em drogas e (quase) ninfomaníaco.
Indicação merecida? Sem sombra de dúvidas.
 DiCaprio consegue passar uma excelente impressão de um personagem jovem, escondendo seus quarenta anos de idade atrás da sua genialidade. Suas expressões faciais e caretas estão mais realistas, assombrosas e reais do que as de Jim Carrey (o mestre das caretas). O dom de transmitir emoções apenas se aproveitando da atmosfera do filme sem nem dizer ou fazer algo também se vê presente na atuação de Leonardo, e [SPOILER] há uma cena em que seu personagem está drogado E com paralisia cerebral E rastejando até o carro. [SPOILER].  E não perde a pose!!
 Essas coisas não são pra qualquer ator. Ao assistir o filme vendo o desempenho do ator, ficamos animados pensando "Agora ele ganha!". Mas se estudarmos a possibilidade em relação ao Oscar, podemos nos decepcionar.


A história se iniciou em 1993. Todos estavam extremamente surpreendidos com a atuação de DiCaprio como um jovem autista em "Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador", aí veio sua primeira indicação ao Oscar, como ator coadjuvante. E também sua primeira derrota, sendo que quem levou o prêmio foi Tommy Lee Jones, pelo filme O Fugitivo (protagonizado por Harrison Ford e dirigido por Andrew Davis. Ou seja, os nomes clássicos e bem vistos pela Academia acabaram vencendo o filme que possuía versões jovens de Leonardo DiCaprio e Johnny Depp.
Depois disso, DiCaprio fez mais DOZE filmes. Mas foi só no décimo terceiro, em 2004, que recebeu mais uma indicação ao Oscar. Dessa vez como melhor ator, pelo filme O Aviador, onde interpretava um grande investidor do cinema que acabava enlouquecendo (dando tempero ao filme a seu papel). Mais uma vez, ele perdeu. Dessa vez para Jamie Foxx, que interpretou o músico cego Ray no filme de mesmo nome. Mesmo que os dois sejam filmes biográficos e de veracidade confirmada, devemos concordar que um artista famoso, negro e cego é um drama bem mais merecedor de Oscar do que um cineasta maluco do qual ninguém se lembra.
 E logo no próximo filme que fez, DiCaprio conseguiu mais uma indicação. Só por isso ele já não ganharia, pois o próprio Oscar não respeita indicações consecutivas. A indicação foi por seu papel em Diamante de Sangue. Nesta ocasião não devemos questionar o fato de ter perdido, pois o vencedor do prêmio no ano (Forest Whitaker como Idi Amin Dada em O Último Rei da Escócia) realmente tinha sido um grande merecedor.
 E após isso, Leonardo nunca mais viu nem sombra de indicação ao Oscar até....hoje.
 Indicado como melhor ator por Lobo de Wall Street, estamos vendo a história se repetir. E, desta vez, temos MUITO a comentar sobre seu papel.


Jordan Belfort, personagem de Leo (porque já elogiei ele tanto que viramos amigos), talvez seja o personagem que melhor demonstra a experiência e todo o aprendizado que o ator teve ao longo dos anos com tantos papeis consagrados e diferentes um do outro, pois neste papel ele revive todos os outros que já fez.
 Isto porque Jordan Belfort existiu. Foi um ser humano mais pecaminoso e humano do que qualquer outro personagem de DiCaprio. O humano mais humano. E o que é o ser humano senão apenas uma mistura de tudo que a ficção tenta reproduzir.
 Em "Aviador" e em "Ilha do Medo" já vimos DiCaprio sendo um personagem maluco e psicótico. Só que esses eram de naturalidade e não por influência de químicos (ou ervas, pois maconha também é ingerida por Belfort). Se a piração total do ator no filme te agradou, agradeça a esses dois outros (que são excelentes filmes).
 Agora, se o que mais te surpreendeu e/ou agradou foram as cenas fortes e igualmente piradas de sexo, agradeça a "Titanic", que é o filme onde Leo encontra o amor e o soft sex. Agradeça também a "Gangues de Nova York", filme onde DiCaprio fez uma longa cena de sexo e aprendeu também a arte do desejo (pois em Gangues, há a cena mais sexy de todo o cinema com Leonardo e Cameron Diaz). Se o ator não tivesse trabalhado com sexo, amor e desejo nesses filmes, talvez não tivesse bagagem para realizar as orgias narcóticas com tanta maestria em Lobo de Wall Street.
 Se os olhos loucos e obcecados por poder (vide este gif) dele neste filme também te deixaram pensando sobre o talento do ator, você também pode querer assistir, novamente, "O Aviador" e "Django Livre". Em um deles, DiCaprio realmente enlouquece pelo poder enquanto no outro ele é apenas um tanto excêntrico (tanto em poder quanto em visual).
 E, por fim, se o que mais lhe chamou a atenção foi a arte de "fingir estar fingindo", por seu personagem ser um trapaceiro, você PRECISA ver ou rever Prenda-me Se For Capaz. Pessoalmente, meu filme favorito com DiCaprio. Talvez este tenha sido a maior preparação para O Lobo de Wall Street pelo ponto de vista de DiCaprio, já que os personagens Jordan Belfort e Frank Abaganale Jr. são quase o mesmo personagem.
 A diferença básica é que "Pegue-me se for Capaz" construiu um papel individual, enquanto "O Lobo de Wall Street" pegou toda a bagagem da filmografia do ator.
 Então, oras, este papel merece uma indicação. Merece um Oscar!! Se dependesse só dele, sua dedicação e sua EXCELENTE tática de unir todo o seu currículo em um único serviço, ele já teria ganho há tempos!
 Mas existem outros indicados ao Oscar de melhor ator. E eles não são ruins.


 A lista completa de indicados a melhor ator é:
 Bruce Dern, por Nebraska.
 Christian Bale, por Trapaça.
 Chiwetel Eijofor, por 12 Anos de Escravidão.
 Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street.
Matthew McConaughey, por Clube de Compras Dallas.

Dessa lista de quatro atores lutando contra DiCaprio, apenas um é grande ameaça. Matthew McConaughey.
 A indicação de McConaughey vai por conta de seu papel como Ron Woodroof em Clube de Compras Dallas. Um eletricista hétero que, vivendo uma curtição com drogas e abusos sexuais, contrai o vírus da HIV em pleno ano de 1985, época em que a doença era novidade e vista como sentença de morte.
 O filme é muito bom não seria nem metade do que é se a atuação de McConaughey realmente não fosse notável.
 Além de contrariar o seu histórico de atuações como galã de araque em filmes de comédia romântica (como Armações do Amor), contraria também o seu histórico físico de surfista sarado (como em Armações do Amor porque esse filme é inesquecível) para interpretar um aidético que causa asco tanto por sua personalidade machista e repugnante quanto por sua aparência piedosa.
 De certo modo, o trabalho de Leonardo DiCaprio como ator foi superior à atuação de Matthew McConaughey e conseguiu transmitir de maneira melhor as emoções propostas por cada filme, individualmente. Porém, o Oscar é cheio de frescuras.

Motivos que favorecem Matthew McConaughey.

 *Ele perdeu vinte quilos para a realização do papel. A Academia costuma valorizar esse tipo de sacrifício em nome da arte.
 * Ele surpreendeu. Clube de Compras Dallas e este papel marcam uma nova linha de filmes e papeis incríveis de Matthew McConaughey. Todos sem nenhuma relação com as comédias clichês que vinha fazendo antes.
 * Transformação do personagem. Isso pode até ser um pouco spoiler, mas é válido dizer que o filme se inicia com um Ron Woodroof e termina com outro. Claro,  a essência do personagem se mantém. A essência do ator se mantém, e a Academia não deixa isso passar batido.

Motivos que prejudicam Leonardo DiCaprio.

 *A Academia considera Lobo de Wall Street um filme apelativo e que dá muito glamour a atos imorais.
 *O ato de juntar vários papeis passados em um só é genial, mas pode ser visto como Trapaça e falta de esforço em criar algo novo.
 *O pensamento de "Será que o verdadeiro Jordan Belfort tá ganhando alguma coisa com isso?" entristece muitos moralistas que gostaram do filme.
 *Já é clichê falar que DiCaprio não tem Oscar. A Academia pode ser troll e não querer quebrar a tradição.
 *Não é um filme cult. Não trata de AIDS e DiCaprio não perdeu peso. O Oscar dá atenção pra coisas erradas e superficiais como a aparência modificada, e pode acabar se esquecendo do que merece ser lembrado = A atuação explodidora de cabeças de Leonardo DiCaprio.

Com o público e a crítica do seu lado, DiCaprio rasteja até o Oscar como um paralítico cerebral rasteja até seu carro. Seu único inimigo? O Oscar e seu jeito hipster de ser.
 Lutando contra Matthew McConaughey por um prêmio que, convenhamos, ele tanto merece quanto precisa, DiCaprio tem nosso apoio.
 E tem também a certeza de que a Internet e toda a platéia do Universo vibrará quando ouvirmos o apresentador da cerimônia dizendo:
 - And the Oscar goes to.....


Resumão do Oscar 2014.

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O Oscar foi ontem.
 A cerimônia foi incrível, extremamente divertida e todos os prêmios foram merecidos (alguns injustos e outros meio exagerados. Mas todos tinham potencial para receber um prêmio, independente de seus concorrentes em cada categoria).
 Se você não tem TV por assinatura e perdeu a cerimônia, devia ter acompanhado pelos canais de cobertura do Youtube como o Omeleteve ou LullyDeVerdade, que fizeram coberturas divertidas e bem comentadas. Ou mesmo deveria ter acessado o meu Facebook, onde saía um post sobre o Oscar a cada dois minutos (muita gente reclamou, acredite).
 Agora, se você perdeu e quer saber além dos prêmios....leia o texto abaixo comentando os principais acontecimentos da noite, que, como toda noite de Oscar, acaba de entrar pra história.




 Em primeiro lugar, o primeiro (e esperamos que último) comentário de vestido e figurino utilizado na cerimônia.
 Lupita Nyong'o contrastando sua pele escura com o belo e sublime azul de seu vestido com decote generoso (pelo menos foi o que eu ouvi as mulheres falando na Globo).
 O verdadeiro motivo disso estar sendo citado aqui é a piada que surgiu quando ela apareceu com esse vestido azul.
  - Você pode vestir o que quiser.
 - Eu posso vestir o que eu quiser? (Django Unchained)
Temos quase certeza de que o que aconteceu com Django, aconteceu com Lupita.


 E falando das DIVAS que apareceram na cerimônia, por que não mencionar que Jeniffer Lawrence (vencedora como melhor atriz por O Lado Bom da Vida no ano passado e indicado como melhor atriz coadjuvante por Trapaça, esse ano) tropeçou. De novo.
 Ela já tinha tropeçado ano passado e, agora, a queridinha da América levou um tropicão nos primeiros instantes em que pisou fora de seu carro.
 O que, é claro, rendeu uma piada para Ellen Degeneres.
 "Se você ganhar o prêmio, fica tranquila. A gente leva o prêmio até você."


 Uma das poucas coisas engraçadas desse evento que não vieram de Ellen Degeneres...foi a mãe de Jonah Hill (indicado como melhor ator coadjuvante por O Lobo de Wall Street).
 Uma senhorinha extremamente simpática e daquelas que ainda não entendeu a importância do evento em que está presente. Eufórica e orgulhosa do filho (que nasceu em filmes de comédia pra coadjuvar num filme de Scorsese), ela acena pra TODAS as câmeras e ainda pula em cima de Bradley Cooper quando o vê.
 "Mãe, para....por favor."

Saindo do tapete vermelho, começaram as premiações.
 Mas antes de fazer qualquer menção sobre os vencedores, indicados e o nosso querido Leonardo DiCaprio, é válido citar os apresentadores que se destacaram.

Em primeiro lugar, é válido lembrar que Jamie Foxx prova, com seu comportamento, que usa MUITA cocaína. Se não usa, aquilo é puro energético.
 O cara apresentou a categoria de melhor trilha sonora (justo, pois é protagonista de Django Livre, filme com uma EXCELENTE trilha sonora) e não parou quieto um segundo. Ele dançava, simulava corridas e gritava o tempo todo.
 O vídeo da sua "performance" não foi encontrado na internet, mas aqui vai um gif que expressa bem toda a expressão dele ao longo da cerimônia.

Também tivemos, na apresentação dos indicados a melhor fotografia, o grandioso Bill Murray.
 Talvez um dos melhores atores de comédia da história do cinema (Feitiço do Tempo, GhostBusters, Zumbilândia, Garfield), Murray ficou famoso por suas parcerias com o diretor Harold Ramis, falecido há pouquíssimo tempo.
 Ao mencionar os nomes dos diretores indicados, Murray (ao lado de Amy Adams) fez uma homenagem tão bela quanto seus belos cabelos brancos.
 "Ah, e estamos esquecendo um. Harold Ramis, por Clube dos Pilantras, Caça Fantasmas e Feitiço do Tempo."


Outro que deu o que falar foi John Travolta. Justamente por um motivo bem bobo.
 Ao tentar falar de Idina Menzel, algo aconteceu na cabeça dele e acabou chamando-a de Adele Dazeem.
 Isso já virou até meme, e um site americano criou um aplicativo para que você descubra qual é seu nome Travoltificado. O meu é Rachel Gadbrooks. E o seu?


 E um dos grandes destaques foi justamente um dos primeiros a subir no palco. O grandioso Jim Carrey.
 Além de fazer praticamente um número de stand up e dar início a apresentação dos "heróis das animações", Carrey conversou diretamente com Bruce Dern (indicado a melhor ator por Nebraska), e ainda nos presenteou com uma debochada e genial imitação do velhinho.
 Pois Jim Carrey sem caretas não é Jim Carrey.


E como falar nas apresentações do Oscar sem mencionar os números ao vivo que tivemos? Todas as quatro músicas indicadas a Oscar de melhor canção original foram reproduzidas na cerimônia.

The Moon Song, de "Ela".

Let it Go, de Frozen - Uma Aventura Congelante.

Happy, de Meu Malvado Favorito 2.

Ordinary Love, de Mandela (tocada pelo U2).

E para encerrar a sessão falando dos apresentadores do Oscar, podemos começar a mencionar A APRESENTADORA em tempo integral do Oscar, a comediante e já veterana em apresentações. Nossa querida e, agora, amada Ellen Degeneres.
Degeneres nos proporcionou momentos muito legais na cerimônia.
Por exemplo, apareceu vestida de fada. 


Outra coisa pela qual Degeneres foi responsável foi, em vários momentos da premiação, brincar com o fato de que estava com fome e de que estava pedindo pizza. O ponto alto foi quando surgiu o entregador de pizza com três caixas grandes.
Distribuindo as fatias para os astros de Hollywood, pudemos observar duas cenas em específico que nos chamaram a atenção.
Brad Pitt adquirindo seu novo apelido "Brad Pizza".


E Maryl Streep mostrando que as grandiosas damas também comem usando as mãos!! Bitches love!

E, é claro, não é possível deixar de mencionar o momento mais comentado do Oscar: O selfie!!
Entrando na onda dos auto-retratos para redes sociais, Ellen Degeneres preparou para seu twitter provavelmente o selfie mais histórico do mundo.
Com a presença dela mesma, Jared Leto, Jeniffer Lawrence, Maryl Streep, Julia Roberts, Kevin Spacey, Bradley Cooper, Brad Pitt, Lupita Nyong'o, Angelina Jolie e ainda dois caras completamente anônimos.
 Não faz nem uma semana que o Oscar passou, e esta já é imagem mais compartilhada no Facebook e retwittada do ano.


E festas á parte, confira abaixo a lista completa de indicados. Os vencedores em vermelho.
Melhor filme:
12 Anos de Escravidão
Trapaça
Capitão Phillips
Clube de Compras Dallas
Gravidade
Ela
Nebraska
Philomena
O Lobo de Wall Street
Melhor diretor:
Alfonso Cuarón
David O. Russel
Steve McQueen
Martin Scorsese
Alexander Payne
Melhor roteiro adaptado:
12 Anos de Escravidão
O Lobo de Wall Street
Philomena
Capitão Phillips
Antes da Meia-Noite
Melhor roteiro original:
Ela
Trapaça
Clube de Compras Dallas
Blue Jasmine
Nebraska
Melhor atriz:
Cate Blanchett
Amy Adams
Sandra Bullock
Judi Dench
Meryl Streep
Melhor ator coadjuvante:
Jared Leto
Jonah Hill
Barkhad Abdi
Bradley Cooper
Michael Fassbender
Melhor atriz coadjuvante:
Lupita Nyong'o
Sally Hawkins
Jeniffer Lawrence
Julia Roberts
June Squibb
Melhor figurino
  • O Grande Gatsby
  • Trapaça
  • O Grande Mestre
  • The Invisible Woman
  • 12 Anos de Escravidão
Melhor maquiagem e cabelo.
  • Clube de Compras Dallas
  • Vovô Sem-Vergonha
  • O Cavaleiro Solitário
Melhor animação em curta-metragem
  • Mr. Hublot
  • Feral
  • Get a Horse!
  • Possessions
  • Room on the Broom
Melhor longa de animação
Melhores efeitos visuais.
  • Gravidade
  • O Hobbit - A Desolação de Smaug
  • Homem de Ferro 3
  • O Cavaleiro Solitário
  • Star Trek - Além da Escuridão
Melhor curta-metragem
  • Helium
  • Aquel No Era Yo (That Wasn't Me)
  • Avant Que De Tout Perdre (Just Before Losing Everything)
  • Pitääkö Mun Kaikki Hoitaa? (Do I Have to Take Care of Everything?)
  • The Voorman Problem
Melhor documentário em curta-metragem
  • The Lady in Number 6: Music Saved My Life
  • CaveDigger
  • Facing Fear
  • Karama Has No Walls
  • Prison Terminal: The Last Days of Private Jack Hall
Melhor documentário em longa-metragem
  • 20 Feet From Stardom
  • The Act of Killing
  • Cutie and the Boxer
  • Dirty Wars
  • The Square
Melhor longa estrangeiro
  • A Grande Beleza
  • The Broken Circle Breakdown
  • A Caça
  • The Missing Picture
  • Omar
Melhor mixagem de som. 
  • Gravidade
  • Capitão Phillips
  • O Hobbit - A Desolação de Smaug
  • Inside Llewin Davis: Balada de um Homem Comum
  • O Grande Herói
Melhor edição de som.
  • Gravidade
  • Até o Fim
  • Capitão Phillips
  • O Hobbit - A Desolação de Smaug
  • O Grande Herói
    Melhor fotografia
    • Gravidade
    • O Grande Mestre
    • Inside Llewin Davis: Balada de um Homem Comum
    • Nebraska
    • Os Suspeitos
    Melhor montagem
    • Gravidade
    • Trapaça
    • Capitão Phillips
    • Clube de Compras Dalla
    • 12 Anos de Escravidão
    Melhor design de produção
    • O Grande Gatsby
    • Trapaça
    • Gravidade
    • Ela
    • 12 Anos de Escravidão
    Melhor trilha sonora
    • Gravidade
    • A Menina que Roubava Livros
    • Ela
    • Philomena
    • Walt nos Bastidores de Mary Poppins
    Melhor canção original
    • "Let it Go" - Frozen - Uma Aventura Congelante
    • "Alone Yet Not Alone" - Alone Yet Not Alone
    • "Happy" - Meu Malvado Favorito 2
    • "The Moon Song" - Ela
    • "Ordinary Love" - Mandela
    E, por fim, o prêmio de melhor ator!!

    Melhor ator
    Matthew McConaughey
    Chiwetel Eijofor 
    Leonardo DiCaprio
    Bruce Dern.

    E o único comentário que NÃO pode deixar de ser feito sobre os prêmios é:
     Não, DiCaprio. Não desista!!!
     Nós acreditamos em você!!



    Que Vença o Melhor - Robocop VS Vingador do Futuro.

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     No final dos anos 80 e início dos anos 90, um diretor resolveu mostrar a que veio. Paul Verhoeven, nascido em Amsterdã, mostrou que era sim possível acrescentar críticas sociais e roteiro surpreendente em filmes cheios de efeitos especiais porcos, ação e tiros descontrolados. Tudo isso com seus dois filmes mais famosos.
     Em 1987, veio Robocop. Filme de Verhoeven sobre um policial que, após ser massacrado por bandidos na futurística Detroit, teve seu corpo usado pela corporação OCP para criar o policial perfeito. Assim nasce Robocop, "meio máquina, meio homem. Todo policial.", que tinha todo seu cérebro computadorizado e cheio de diretrizes lutando contra a área humana que restara em si. 
     Já em 1990, veio Vingador do Futuro. Filme de Verhoeven sobre um operário chamado Quaid que, em 2034, recorre a uma empresa para que implante em seu cérebro memórias de uma viagem á Marte, já que sua esposa não concorda com uma viagem real. Ao tentar implantar tais lembranças, descobre que, na verdade, sua vida já é um grande implante e que não é quem pensa ser. Curioso e com sua vida correndo perigo, Quaid vai para Marte e se une a mutantes e rebeldes contra um grupo de vilões que querem dominar o planeta e o mercado de minério terráqueo.
     Dois filmes que, apesar de sua sinopse maluca, são de conteúdo incrivelmente profundo e que fizeram muito sucesso na época de seus lançamentos. 
     Com certeza as duas melhores coisas que Paul Verhoeven já fez em vida. Mas se colocarmos um contra o outro e analisarmos determinados quesitos, qual deles será o melhor?


    Primeiro quesito - Razões para assistir! - Se os dois filmes estivessem em cartaz e você não tivesse nenhuma certeza sobre a qualidade dos filmes, qual te levaria ao cinema? 


     Robocop - Na imagem acima, você vê algum ator famoso? Não. O momento de ouro de Peter Weller foi interpretar Robocop, assim como o auge da carreira de Nancy Allen foi ser a parceira policial de Murphy em toda a trilogia Robocop (sendo que apenas o primeiro filme foi dirigido por Verhoeven). 
     Assistindo ao trailer original da época, não vemos nenhuma alusão ou referência a sexo ou elementos de comédia, que eram os elementos pra se levar alguém ao cinema. Além disso, a premissa do roteiro é fraca (como disse Alexandre Ottoni, "um policial robô é a premissa de um filme B"). Como roteiro original e a direção de alguém que não era lá tão conhecido (Verhoeven só ia EXPLODIR mesmo depois do lançamento deste filme), Robocop não foi algo muito chamativo antes de sua data de estreia.

    Vingador do Futuro - Este filme teve uma vantagem: Foi lançado alguns anos depois de Robocop. Isso com certeza foi uma grande ajuda para si, pois mudou dois fatos que prejudicaram o filme anterior. Agora Verhoeven já era famoso e já podia ser usado como incentivo pra assistir o filme. E também tínhamos Ronny Cox, vilão de Robocop e também vilão de Vingador do Futuro. 
     Ao contrário de Robocop, este filme tinha um ator famoso. E que ator!! Douglas Quaid, o personagem principal, era interpretado por ninguém menos que Arnold Schwarzenegger, o musculoso mais famoso da época estourando em filmes como Predador e Exterminador do Futuro.
     Além do mais, Vingador do Futuro não passa de uma adaptação do conto "We Can Remember It for You Wholesale", escrito por Philip K. Dick, escritor responsável por "Do Androids Dream of Electric Sheep?", que deu origem ao clássico filme Blade Runner. Baseado em coisas fodas e com nomes fodas associados a sua produção, Vingador do Futuro tinha vários elementos agregando valor em seu trailer...e é um filme que faz você querer ir no cinema. Muito mais do que Robocop.

    Placar: Robocop 00 X Vingador do Futuro 01.

    Segundo quesito - Críticas sociais. Qual dos filmes possui as melhores?


    Robocop - O filme não tem críticas sociais. Robocop É uma grande crítica social disfarçada de filme de ação. Tantas situações urbanas podem ser aplicadas em tudo que chega a ser ridículo escolher um ou outro problema social que seja a representação do filme.
     Detroit, no cenário "cyber punk" do longa, é praticamente o futuro da humanidade. Todos são corruptos (o homem que você vê cheirando cocaína nos seios de uma mulher, é um dos mocinhos do filme) e a violência é cena comum. O policial perfeito é aquele que mata e pune o delinquente sem nenhuma noção de direitos humanos ou direito de resposta e contestamento.
     A busca da justiça perfeita em meio a banhos de sangue, drogas e corrupção...chega a ser tão realista que, hoje em dia, este filme de 1987 nem seria tão crítico. Seria mais teórico.

    Vingador do Futuro - Como implica o histórico e a preferência pessoal do diretor, o filme também é recheado de críticas sociais. Infelizmente, estas críticas e sátiras acabam não sendo tão diretas quanto as de Robocop. Referências a realidade tão sublimes que podem passar despercebidas (ao contrário de Robocop que, com suas cenas sangrentas e nojentas vão fazer você pensar sobre a real sociedade querendou ou não). Mesmo apresentando todas as rebeliões dos mutantes, as traições entre si e a relação escrava e cega de Quaid com sua firma...as críticas sociais presentes em Vingador do Futuro passam despercebidas se você não tiver sido preparado...por Robocop. 

    Placar: Robocop 01 X Vingador do Futuro 01

     Terceiro quesito - Influências. Qual dos dois filmes causou mais impacto na mídia?



    Robocop - Mesmo que você nunca tenha assistido tal filme, já ouviu o nome do personagem em algum lugar. Não importa qual seja a sua mídia favorita, Robocop está lá.
     Começando mesmo no cinema , tivemos as sequências do filme. Robocop 2, de 1990, foi dirigido por Irvin Keshner e só contribuiu para desconstruir os conceitos impostos pelo primeiro filme (perdemos parte da atmosfera cyber punk e Murphy já não é nem um pouco falho como era antes). Para piorar e avacalhar ainda mais com a franquia no cinema, em 1993 veio Robocop 3, dirigido por Fred Dekker. O único objetivo do filme é lançar bonecos mais legais do personagem, pois temos um Robocop ULTRA armado, um vilão ninja e, no final, o Robocop voando. Dentro do cinema tivemos, também, o recente remake (que comentaremos mais tarde).
     Ainda no hype de divulgação do filme, tivemos algumas HQs publicadas, incluindo a nova lançada pela Boom! (que é um lixo de preço,roteiro e arte) e a clássica Terminator vs Robocop, onde vemos nosso policial robô lutando contra o exterminador do futuro (crossover que chegou até a inspirar um dos vários jogos de videogame que continham Robocop como personagem).
     Fora das telonas e das páginas de revistas, pudemos, ainda, assistir Robocop na televisão. Tanto em seu seriado politicamente correto (muito chato) quanto em seu desenho animado (de roteiro muito parecido com o do He-Man).
     Agora, se você não tem paciência pra ler ou assistir coisas....pode se lembrar de Robocop por causa da famosa e cômica música da banda Mamonas Assassinas - Robocop Gay.

     Vingador do Futuro - Enquanto Robocop se orgulha por ter sido representado em várias mídias, Vingador do Futuro não tem o mesmo mérito. Nada de sequências, quadrinhos, séries de TV ou desenhos animados. A única representação de Total Recall (título original do longa) foi em poucos jogos de videogame, como quase todo filme de Schwarzenegger.
     Talvez a única influência de Total Recall (além das inúmeras camisetas com cenas do filme que vemos á venda em lojas da internet) seja em filmes, pois foi um dos primeiros a utilizar o conceito de "You are not you, you are me". Mesmo conceito utilizado em filmes como Matrix e a Origem.
     Mas, mesmo tendo servido de fonte de inspiração para esses filmes que se passam dentro de uma realidade falsa, Vingador Do Futuro não possui nem metade da influência de Robocop. De modo que não há ao menos uma música chamada "Vingador do Futuro Gay".

    Placar: Robocop 02 X Vingador do Futuro 01.

     Quarto quesito - Frases épicas. Qual filme tem mais?


    Robocop - Um dos motivos para que os filmes de Paul Verhoeven fiquem em nossas mentes é a capacidade que ele tem de inserir tantas frases excelentes e que, por acidente, acabam definindo todo o filme ou todo um personagem. Frase por frase, os filmes de Verhoeven se provam únicos. Em Robocop não é diferente.
     Registrados no IMDB, há 98 frases e sequências de diálogo registradas como marcantes. Claro que poucas são realmente recordáveis. As mais memoráveis são "Vivo ou morto, você vem comigo", "Your move, creep", "Crimes acontecem", "Ele é um assassino de policiais", "Largue a arma, você está preso", "eles consertam tudo" e "Sim, eu sou policial.".
     Como um digno personagem título, Robocop faz com que tudo que diga se torne uma frase marcante. O problema é que ele fala bem pouco.

    Vingador do Futuro - Registrando pelo IMDB, podemos achar apenas 64 sequências notáveis de diálogo em Total Recall. Porém, o IMDB não é parâmetro para isso.
     Mesmo sendo em menor número do que as de Robocop, as frases de Vingador do Futuro possuem mais personalidade. Para começar, as frases clássicas não partem apenas do personagem principal, como de todo o elenco.
     Douglas Quaid, o querido Schwarzza, é responsável por quotes como "Você não é você, você sou eu", "Eu tive um terrível pensamento...e se isso for um sonho?", "Te vejo na festa", " - Eu tenho cinco crianças para criar! - Leve-as ao dentista" e a minha favorita, que Quaid diz logo depois de atacar sua falsa esposa. "Considere isso um divórcio."
     Mas se essas fossem as únicas frases lembradas, seria apenas um filme de personagem. Outras personalidades soltam frases icônicas, como Lori, Benny e Kuato que dizem frases como "Você foi minha melhor missão", "Benny is the name" e "Abra sua mente". Batendo de frente com as frases de Robocop, Vingador do Futuro vence nesta categoria apenas por possuir frases mais variadas, memoráveis e principalmente porque suas citações não estão limitadas a um único personagem ou tema.

     Placar: Robocop 02 X Vingador do Futuro 02.

    Quinto quesito (para desempate) - Remakes. O remake de qual filme é o melhor?


     Robocop - Recentemente saiu o remake de Robocop, dirigido por José Padilha (nome brasileiro responsável pelos ótimos filmes Tropa de Elite 1 e 2). Quem melhor para falar de polícia em um futuro degradado pelo crime do que alguém com Tropa de Elite no currículo? Ninguém.
     Claro que a reprodução não seria perfeita e o remake não chegaria aos pés da obra original (quando a obra original é excelente, raramente chega). Com mais recursos tecnológicos, mais repreensão da censura e sem a personalidade de Verhoeven, o medo era que o filme saísse apenas mais um filme desgastado de ação.
     E quebramos a cara (principalmente eu, que fiz todo um texto sobre os medos do filme ser ruim). Adivinha? O filme é bom. Claro que a ausência de sangue e violência exacerbada danificam um pouco, mas o conceito de sociedade corrompida e a não-defesa de um lado específico da moeda já vale por crítica social. A única cena gore presente no longa também equivale a todo o gore que a nossa época exige. Sem contar que, desta vez, temos SIM nomes famosos relacionados ao filmes (O elenco é incrível, tendo Samuel L. Jackson, Michael Keaton e Jay Baruchel, que caiu ali de para-quedas).
     Sendo um remake que tem seus próprios méritos (como suas próprias frases de efeito) e ainda faz referências dignas a obra original, Robocop, de 2014, leva nota 08 como o belo filme que é.

     Vingador do Futuro - Más línguas dizem que não se faz remake de filme de brucutu. Este remake é uma das evidências de que essas más línguas estão certas.
     A tentativa de recriar todo aquele universo foi extremamente falha. Retiraram todos os elementos da sinopse original (só como exemplo, é válido mencionar que o filme não tem nada a ver com Marte) e também não se incomodaram a acrescentar referências.
     De Vingador do Futuro mesmo, este filme só tem o título, o nome dos personagens e...a alienígena de três seios. Isso é revoltante. Isso é simplesmente dar cenas libidinosas para um fã achando que ele é imbecil e vai aceitar. Um filme com mutantes, deformidades físicas, tecnologias bizarras e viagens espaciais tem muito mais coisa para ser reaproveitada do que apenas uma alienígena de três seios.
     E se neste ponto você já está achando que o remake de Total Recall é terrível e vergonhoso, é porque ainda não sabe dos nomes relacionados a obra.
     O problema não foi nem substituir Arnold Schwarzenegger por Colin Farrell (exemplo de ator famoso que não fez filme nenhum). O X da questão foi terem escalado Len Wiseman para dirigir o filme. LEN WISEMAN!! Com um currículo de Duro de Matar 4.0 e dois filmes do Underworld, Wiseman foi convidado por algum imbecil para tentar reproduzir uma obra de Paul Verhoeven.
      Agora, se o remake de Robocop é tão bom a ponto de ganhar nota 08, o remake de Vingador do Futuro é tão ruim a ponto de nem merecer uma nota.


    PLACAR FINAL:
     Robocop 03 X Vingador do Futuro 02. VITÓRIA DE ROBOCOP. 


     Você pode preferir um ou outro, mas se analisarmos os dois filmes debaixo de todos estes parâmetros, vai chegar a uma resposta. E a resposta da vez é Robocop.
     A pergunta que vem agora é: Você concorda?
    Deixe suas opiniões nos comentários, e aproveite para deixar suas impressões sobre o novo filme do Robocop (que foi a grande inspiração pra esse texto ser feito).

    Corretor de imóveis.

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     O garoto da casa da esquerda começou a fumar maconha.
     Apesar de seus dentes amarelados e seus olhos vermelhos, não há alguém que conteste sua felicidade.
     Com o dinheiro que ganha dos pais, não faz nada além de comprar erva. Exceto pelo dia em que tatuou o nome da mãe no braço. A mãe? Chorou de alegria ao ler seu nome tremido na pele de seu filho único, mas chorou desesperada quando ele morreu. 
     Fugindo da polícia quando lhe flagraram com maconha na mochila e descobriram que também vendia, o próprio moleque fez sua sentença. Não enxergando nada com os olhos inchados e a mochila pesada com erva nas costas, caiu da moto direto para a morte. Sangue, dentes...tudo caiu daquele rosto drogado. Menos o sorriso, marca do que havia sido provável a vida mais breve e feliz de toda aquela vizinhança.
     Já o garoto da casa da direita, tem poucos momentos de intensa alegria. Ele estuda o dia todo, boa parte da vizinhança nem sabe quem ele é. Talvez seja o menos conhecido de toda a rua, mas o mais conhecido entre os professores do colégio. Nas aulas exatas, tira sempre a maior nota. Nas aulas humanas, apresenta sempre os projetos mais criativos. Se diverte resolvendo equações e chama os números de amigos, mas quando resolve sair de casa é considerado estranho pelos outros. Inclusive pelo garoto da casa da esquerda, que entre um sorriso e um cigarro, grita "Pirralho bizarro, vá curtir a vida". Mas enquanto a mãe do "olhos vermelhos" chora, a mãe do "quatro olhos" senta no sofá de casa com orgulho, falando no telefone com uma tia distante.
     "Ah, ele só me dá alegria, tia. Tirou notas altas o ano todo e agora tá estudando pro vestibular. Meu filho é de ouro, tia. De ouro!"
     Chorou de alegria quando ele entrou na faculdade, mas chorou desesperada quando ele morreu. Acordado até tarde terminando um trabalho de física quântica, não viu quando os circuitos de um eletricista (colega de quarto seu), acidentalmente incendiaram o dormitório,e morreu tomado pelas chamas que (cercadas de tantos livros e papeis) se propagaram rapidamente. Morreu, ironicamente, no mesmo dia que seu vizinho da casa da esquerda. Sério e com uma expressão de cansado, sua última ação foi segurar com força o lápis em sua mão.

     No meio das duas casa, há um homem de terno olhando pra mim. Cabelos penteados, pele clara, dentes brilhantes e olhos azuis, seu jeito parece de quem fala bem, de quem fala muito. De quem quer alguma coisa.
     Ele estende o braço e abre a mão, como que me convidando a pegar o que ele segura ; Um cigarro de maconha, enrolado em um papel fino e muito amassado.
     Olho para o cigarro e, logo em seguida, a voz impactante e grossa do homem ecoa em meus ouvidos.
     "Qual vai ser, moço? A casa da esquerda ou a da direita?"


    Quentin Repentino.

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    O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS/REVELAÇÕES SOBRE O ENREDO DE TODOS OS FILMES DIRIGIDOS POR QUENTIN TARANTINO.

     Muitos artistas tem suas manias.
     Jackie Chan tem o capricho de fazer o sinal de positivo com o polegar em todos os seus filmes (incluindo Kung Fu Panda, onde é apenas dublador de um macaco). Quando vemos filmes de Tom Cruise, esperamos desde o começo até a cena em que ela vai correr...pois é de praxe que Cruise corra em cada um de seus filmes.
     Gary Oldman grita, Keanu Reeves faz "whoa" e Bruce Willis tem um olhar raivoso.
     Os diretores não ficam de fora, e também deixam escapar suas manias. Paul Verhoeven insere um efeito bizarro aqui e ali, Spielberg transforma o feio em emocionante, Kubrick te confunde, Michael Bay enche seus filmes com explosões desnecessárias... E Tarantino surpreende.
     Não aquela surpresa como a dos filmes de M. Night Shyamalan que faz, no final do filme, você abrir os olhos e nunca mais fechar. Mas a surpresa que te pega no meio de uma cena romântica e natural....e lhe joga sangue, tiroteio, drogas e morte.
     A característica mais notável de Quentin Tarantino em seus filmes é a inovação dentro de cada gênero e o modo como tempera suas cenas TOTALMENTE originais. Mas, é claro, que precisamos lembrar do quanto que Quentin é repentino.
     No meio de uma cena cotidiana, um diálogo agradável ou até mesmo uma dança,surgem mortes e sequências perturbadoras de violência...repentinamente.
     Dentro dos NOVE filmes dirigidos por Tarantino, podemos listar várias cenas em que mortes e quase-mortes ocorrem DO NADA. Uma mais sangrenta, intensa e...repentina do que a outra.




     Tarantino e Robert Rodriguez são grandes amigos. Sua parceria mais famosa foi em Um Drink no Inferno, porém Tarantino só chegou a assumir a direção de um filme com Rodriguez em 1995, no filme Four Rooms ("Grande Hotel", no Brasil), longa dividido em quatro partes, cada uma dirigida por um diretor. Além de Tarantino e Rodriguez, o filme conta com Allison Anders e Alexandre Rockwell.
     O filme fala sobre Ted (interpretado pelo querido de Quentin, Tim Roth), um mensageiro que, em plena véspera de Ano Novo precisa trabalhar e tomar conta de um hotel de Hollywood que está falindo.
     Na última cena do filme e, inclusive, a única dirigida por Quentin...Ted é forçado a ir para um dos quartos do hotel recepcionar um grande cineasta hospedado no estabelecimento (curiosamente interpretador por Tarantino) e recebe a proposta de ser o responsável por arrancar o dedo de um colega do cineasta caso o mesmo perca uma aposta.
     E quando você acha que o roteiro não pode ser referencial (já que isso é uma referência a roteiros de Alfred Hitchcock) e original mais do que isso....a aposta corre, o personagem perde e BLAM!
     Tim Roth corta com um cutelo o dedo do rapaz, agarra o dinheiro prometido...e vai embora rebolando, como faz da maneira irritante e exagerada do filme inteiro.


     E, falando sobre filmes ruins de Tarantino, não se pode esquecer o menos famoso entre todos eles - Jackie Brown.
     Sua atmosfera e roteiro são ainda mais diferentes do que as de Grande Hotel.
     A atmosfera é diferente porque não se aloja no universo de Tarantino, sendo que acontece em um mundo totalmente diferente do que vemos em, por exemplo, Pulp Fiction e Cães de Aluguel. E o roteiro, por si só, não tem o tempero que os filmes do nosso querido americano com cabeça de cearense tem - Isso apenas porque o roteiro não é dele, e sim uma adaptação literária. A única de toda a carreira de Quentin.
     O filme fala sobre Jackie Brown, uma aeromoça de meia-idade negra que compensa seu baixo salário de aeromoça com transporte de dinheiro sujo para Ordell Robbie (traficante de armas interpretado por Samuel L. Jackson, um dos queridinhos de Tarantino).
     Entre os nomes famosos do longa, temos Jackson, o ainda não-bombado Chris Tucker e Robert De Niro.
     O primeiro choque que temos é ao ver um dos atores famosos morrendo INESPERADAMENTE.
     "O que? É um ator famoso! Não se mata personagens com atores famosos...isso é quase matar o filme." Provavelmente este é o pensamento do público quando Robbie promete levar Beaumont (Chis Tucker) para um esconderijo dentro de seu porta-malas...e o mata.

     E o último (porém épico) acontecimento de violência e morte repentina em Jackie Brown vai de uma transformação incrível de personagem. De Niro mantém sua atuação calma durante todo o longa, sem gritar, praguejar e nem mesmo agir como o criminoso que interpreta...até que uma vagabunda enche a sua paciência sobre assaltos, compras, dinheiro entre outras coisas de vagabunda e ele BUM! Assassina sua namorada num estacionamento público, e vai embora finalmente "de saco vazio".


     Em 2007, também tivemos o que chamam de "o pior filme de Tarantino". O amado/detestado Death Proof (Á Prova de Morte, no Brasil).
     Não é tão ruim assim comparado aos dois filmes citados acima. Mas, considerando que um deles não é só do Tarantino e o outro é uma adaptação de livro, este é, oficialmente, o filme de roteiro original 100% Tarantino que é menos legal.
     Trata de Stuntman Mike (ou Dublê Mike, em português), um dublê psicopata dono de um carro "á prova de morte", feito para cenas perigosas de acidente em filmes. Porém,o automóvel só é resistente a estes acidentes se você estiver sentado no lugar do motorista....em qualquer outro acento, você morre (e, digamos, de forma extremamente fatal).E é se esquecendo de contar este último detalhe para garotas fúteis e MUITO sexys, que Mike consegue planejar seus elaborados e terríveis assassinatos.
     Típico filme onde se dorme durante toda a sessão...exceto, claro, quando acontecem os acidentes automobilísticos. Eles são tão feios, sanguinários e nojentos que é impossível não arregalar os olhos e saltar quando acontecem.
     Tirando essas cenas repentinas de olhos arregalados, o resto do filme é repleto de cenas "virando os olhos", em sinal de enjoo com a trama chata.


     E se você acha que este lance de usar "plot twists" com cenas repentinas de violência é algo que Tarantino desenvolveu há pouco tempo ou que aprendeu com o passar dos anos, seu conceito todo muda quando assiste Cães de Aluguel, primeiro filme do diretor e, com certeza, um dos melhores filmes independentes já produzidos na história do cinema.
     Estrelado por Harvey Keitel e Tim Roth (atores que veríamos novamente em Pulp Fiction), o filme fala de alguns criminosos que foram contratados por um velho criminoso para efetuar um grande assalto. Porém, algo dá errado...e o filme se resume em flashbacks de cada um dos assaltantes (todos com nomes de cores) para que possamos descobrir qual deles é o tira infiltrado na gang.
     Enquanto o filme passa pelas fases de começo e metade, Tarantino usa suas técnicas para mostrar detalhes que usaria para sempre em seus filmes. Os diálogos engraçados (comandados pelo hilário Mr. Pink), as suas próprias aparições (neste filme maiores que nunca, como Mr. Brown) e as referências á cultura popular (exatamente como na cena inicial, em que os criminosos analisam em um bar a letra de Like a Virgin, sucesso de Madonna)... mas é apenas nos últimos cinco minutos de filme que o diretor encerra sua apresentação, com a única cena violenta, sanguinária e cruel que ninguém esperava.
     Cada um deles se olha, aponta seu revólver para o rosto de algum deles....e atiram. Todos ao mesmo momento. Não resta um único personagem vivo no recinto.....e o filme acaba, com sua cabeça explodida repentinamente assim como o coração de cada um deles.

     Mas foi um tempo depois de seu primeiro filme (com seu penúltimo filme feito até agora) que Tarantino resolveu dar um susto em seus fãs, simplesmente saindo de sua atmosfera "original" e brincalhona para partir para um assunto mais sério.
     Em 2009 saiu Bastardos Inglórios, filme que conta a versão de Quentin sobre alguns acontecimentos sobre a Segunda Guerra Mundial.
     Como se não bastasse o fato de nada neste filme ser verídico, a atuação impecável de Brad Pitt, a estreia de Michael Fassbender com Tarantino e a maravilhosa estreia de Christoph Waltz no CINEMA, o diretor ainda nos presenteou com algumas cenas clássicas de violência surpreendente e que farão seus queixos caírem...caírem como os escalpos dos nazistas.


     Uma das maiores surpresas visuais deste filme não envolve nenhum assassinato exatamente...apenas um pós-assassinato.
     O personagem de Brad Pitt, líder dos Bastardos Inglórios (equipe de caça a nazistas durante a Segunda Guerra) exige que cada um de seus homens o traga cem escalpos nazistas.
     E para garantir que todos entendessem o filme e soubessem o que é um escalpo, Tarantino se certificou de colocar DO NADA uma cena com bastardos visivelmente arrancando o que aprendemos ser um "nazi scalp".
     O que lembra de avisar: Não veja filmes de Tarantino almoçando, pois o refluxo pode subir rápido.
    Assim como nos já citados Jackie Brown e Cães de Aluguel, uma das cenas mais curtas, inesperadas, divertidas e violentas de Bastardos Inglórios acontece em um tiroteio.
     Quando achamos que a cena está se baseando em um simples diálogo em bar....BUM. Descobrem que Hicox é um infiltrado e tiros começam a ser trocados por debaixo da mesa. Testículos baleados se transformam na maior (e mais curta, são apenas vinte segundos) carnificina de todo o período da Segunda Guerra Mundial.


    E só para que o assunto deste filme não se encerre sem menção da personagem mais chamativa do longa, devemos citar Shoshanna.
     A judia vingativa é responsável por duas das cenas mais repentinas (e importantes) do filme.
     O começo do filme é seu, quando oficiais nazistas repentinamente baleiam o chão de uma casa com o intuito de matar judeus escondidos (e matam todos, exceto por ela, que foge e, inexplicavelmente, cria uma vida).
     E o fim do filme também é seu, quando surge como uma cabeça flutuante em uma tela de cinema que, também do nada, entra em chamas. Quando Shoshanna se vinga dos nazistas (queimando tanto soldados quanto o próprio Hitler) tudo o que podemos pensar é que...nenhuma personagem pode ser tão repentinamente violenta como Shoshanna...
     A não ser pela protagonista do filme a seguir.
    Senhoras e senhores, A Noiva (ou, se preferirem, Mamba Negra).


     Kill Bill (filme de 2003 e 2004, separado em duas partes devido ao grande roteiro que a equipe estava disponível a aproveitar 100%), é, talvez, o melhor filme de vingança já feito.
     Uma mulher, ex-líder de uma equipe formada por quatro fêmeas fatais (incluindo a si mesma) é espancada por capangas de seu ex-chefe, o criminoso, velho e incrivelmente charmoso Bill (interpretado pelo saudoso David Carradine). Quando A Noiva desperta de seu coma, mal podendo mexer os dedos, só pensa em se vingar de todos.
     As metas da personagem variam desde aniquilar todas as suas antigas parceiras, provocar batalhas triunfais contra ninjas em salões de mansões japonesas...até o mais simples título do filme - Matar Bill.
     O(s) filme(s) todo(s) é(são), literalmente, uma explosão de cabeças contínuas. Não se pode piscar sem que alguém tenha um escalpo arrancado,um coração explodido por cinco dedos, uma enfermeira caolha assobie eternamente, alguém morra em um carro ou que personagens icônicos fisicamente (como o até hoje lembrado Pai Mei)....Kill Bill é pura violência, em ambas suas partes.
     Mas assim que o filme começa, já podemos citar a cena que nos faz pensar "Okay...eu achei que a violência tinha parado. Mas ela ainda está aqui!"
     Quando a Noiva tenta se vingar da primeira de suas ex-colegas, a Copperhead, vemos uma sequência incrível de luta se acabar quando Vernita Green se dá por vencida, abrindo o armário e apanhando uma caixa de cereais.
     "Ufa...está tudo calmo agora, não? NÃO!"
     Vernita saca uma arma de dentro da caixa, Noiva revida com sua faca. A luta acaba, Vernita está morta...e você está quase. Só que de surpresa.


    E finalmente, chegamos ao filme mais recente de Tarantino: Django Livre.
      Seguindo a linha de filmes mais sérios do diretor.
     Logo depois de falar sobre a Segunda Guerra, o cineasta resolveu que falaria, desta vez, sobre escravidão e igualdade racial. E nada melhor para isto do que um black exploitation...mas Tarantino já nos surpreende colocando todo este contexto dentro de um filme western. Sim.
    O filme discute questões morais e éticas sobre direitos iguais e se passa durante o faroeste americano. Problemas? Tarantino espera que não.
     O filme gira em torno de Django, escravo que é liberto e contratado como ajudante de Dr. Schultz (a alma do filme, se me permitem observar), um caçador de recompensas que trabalha capturando bandidos procurados vivos ou mortos...claro, sempre trazendo-os mortos. Tudo isto cercado pelas dificuldades de Django para se identificar como um homem livre...e a insaciável busca por sua amada Broomhilda.
     Em um filme como este cujo roteiro já promete violência (liberte um escravo, dê-lhe uma arma e a possibilidade de se vingar de cada homem branco que já lhe fez sofrer. Voilá!), não é difícil de obtermos sequências sanguinárias e violentas...principalmente quando foi a mente doentia de Quentin Tarantino que desenhou tudo isso.
     Duas cenas podem ser destacadas...e as duas, é claro, derivadas do mesmo personagem: Dr. Schultz, a alma do filme e o assassino mais frio e imprevisível que qualquer diretor já conseguiu criar.
     A primeira cena é logo a de abertura do longa metragem, quando Schultz se apresenta de maneira mais eficaz impossível: Ao não conseguir comprar pacificamente um escravo de dois desconhecidos que encontra na floresta, simplesmente saca sua arma e corta o silêncio em que o filme se mantinha para desarmar os homens e explodir a cabeça de um de seus cavalos.
     Explodir a cabeça de um cavalo!! O tipo de coisa que funciona muito bem tanto como um susto para o espectador quanto uma ótima definição de personalidade para o personagem.


    E a segunda cena é também a última com participação de Schultz.
    Logo no final do filme, Schultz está se dando por vencido e decidido a apertar a mão de Candie (Leonardo DiCaprio chutando bundas).
     Os dois de aproximam. Candie feliz em cólera por ter vencido, Schultz cabisbaixo por ter sido derrotado e o público desolado por não acreditar que o filme acaba daquele jeito.
     Quando, repentinamente, Schultz solta um "If you insist" e tira de sua manga um revólver, atira em Candie...e o que vemos a seguir é um dos maiores tiroteios que o oeste já presenciou (podendo ser assistida perfeitamente nos vídeos a seguir, com a também inesperada trilha sonora de 2Pac e James Brown).



     Assim que Cães de Aluguel estourou, Tarantino pôde (com apenas um filme, surpreendentemente) abandonar as origens do cinema independente e lançar seu segundo filme, desta vez com grandes patrocínios e participações de atore grandes. Pulp Fiction, de 1994, conta com as participações dos ilustres Bruce Willis, John Travolta, Tim Roth, Uma Thurman e o indispensável Samuel L. Jackson.
     O filme acompanha três histórias que acontecem paralelamente (quatro, se contarmos a cena inicial) com personagens dentro de uma mesma cidade. Primeiro, um casal organiza um assalto a uma lanchonete.
     A primeira cena do filme é apenas isso..um casal (Honney Bunny e Pumpkin, ou Ringo e Yolanda) conversando sobre suas despesas e problemas financeiros quando, por incrível que pareça, naturalmente resolvem assaltar a lanchonete em que estão.
     Vimos, como que por mágica, elogios de um casal apaixonado se transformar em "Any of you fucking pricks move, and I'll execute every motherfuckin' last one of you!"
      
    A segunda história do filme ocorre também dentro do universo do crime, mas de um modo diferente de assaltos em lanchonetes. Um modo, talvez, mais refinado que este.
     Nela, Vincent Vega e Jules são enviados a um apartamento para realizar a cobrança de uma dívida a mando de seu chefe, o mafioso Marsellus Wallace.
     Entre diálogos engraçados e inteligentes sobre hambúrgueres, o idioma francês e massagens nos pés...os bandidos fazem tortura psicológica com os endividados. Até que, repentinamente (como você já espera, depois de ler todo esse texto) um homem sai gritando de um quarto do apartamento, desferindo tiros contra os bandidos....assustando o público com seus gritos e os personagens com o fato de que errou todos os tiros.


    A genialidade presente nesta cena não se baseia apenas em sua inespera...como na importância que tal ato inesperado teve durante todo o filme. Uma fração de segundo com alguns tiros desferidos criaram conceitos que afetaram todo o resto do filme, e, principalmente, um de seus melhores personagens: Ao ser atacado friamente pelo endividado e sair ileso, Jules diz ter passado por um milagre e decide dedicar sua vida á religião.
     Ainda nesta história, quando achamos que a ação está finalizada para os dois bandidos (principalmente por um deles agora ser "crente"), eles colocam em seu carro um dos rapazes devedores que estavam presentes no apartamento, para que este tenha o prazer de falar pessoalmente com Marsellus Wallace, o mafioso que QUER seu dinheiro.
     Como todo bom gangsta, Vincent dá seus conselhos finais a Marvin (o refém) com seu revólver em mãos quando....BUM. O revólver dispara e uma poça de sangue envolve todo o automóvel.
     "Mano...atirei na cara do Marvin!"


    Já na terceira história, Vincent (sim, o mesmo que atirou na cara do Marvin) é escolhido por seu chefe para que leve Mia Wallace, sua esposa, para um passeio.
     O personagem estranha tanto quanto o telespectador. Enquanto ele pensa o porquê de ter recebido tal ordem já que trabalha como criminoso e cobrador de dívidas, o fã se pergunta onde é que se encaixa naquele filme violento algo deste tipo...que pode soar até romântico, de início. De início!
     Após saírem, dançarem juntos, ganharem um concurso de dança, conversarem sobre caretices....os dois vão para casa. Enquanto Vincent dava discursos morais a si mesmo sobre não ter relações com a esposa de seu patrão....a mulher tem uma overdose quase mortal na sala da mansão!!
     Ao som da música mais calma de Urge Overkill, a mulher treme, espuma pela boca, se contorce, sangra...e quase morre.
     Tudo isso depois de uma sequência de acontecimentos normais, com uma música normal...tudo normal.E normal permaneceria, se Tarantino não fosse louco.
     

      A última história, apesar de ser a menos interessante em conteúdo, é uma das mais chamativas visualmente. Por que? Temos Bruce Willis protagonizando.
     Butch, personagem de Willis, é um pugilista que foi contratado por Wallace para entregar uma luta. Porém, seu orgulho falou mais alto e não quis desistir dela. Assim sendo, Butch passa a dedicar seus dias a fuga incansável do mafioso.
     Nada de interessante, certo? Errado. Este "nada de interessante"é o que Tarantino quer que você pense. Roteiro fraco jogado ali apenas para que você compre. E depois que comprou, ele te dá o produto que realmente queria vender : Um festival de violência que, em menos de um segundo, mata o personagem favorito de todo mundo.
     Em uma história na qual nem era personagem, Vincent Vega é assassinado.


     E é nisso que re se resume Pulp Fiction. Ou melhor, não só Pulp Fiction.
     Nunca se sabe o que esperar de uma mente como a dele, e é exatamente listando cada um de seus filmes e momentos em que mostrou ser tão repentino...que nunca vamos saber o que esperar de Tarantino.
     Tudo pode acontecer, tudo. Sem exceção. Desde que envolva um punhado de sangue.

    Top V - Músicas do Raimundos sem o Rodolfo.

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     Muitas bandas se enfraquecem e acabam quando seus vocalistas saem. Legião Urbana acabou com a morte de Renato Russo, assim como Nirvana.
     Mas este não foi o caso de Raimundos. Em 2001, o vocalista e maior compositor (e adaptador de forró para punk) da banda abandonou o grupo alegando que sua nova escolha religiosa (o evangelismo) era contraditória ao estilo de vida que o Raimundos levava- Afinal, a maioria das letras tratava de uso de drogas, sexo ou outros assuntos que não são convenientes para Rodolfo Abrantes, que hoje em dia atua como músico gospel e ministro evangélico.
     Com a saída de Rodolfo, a banda ficou nas costas de Digão, Caniço e Fred (dos quais, hoje em dia, só restam Digão, atual vocalista, e Caniço, que permaneceu como baixista). Hoje em dia, Raimundos se sustenta com Digão nos vocais, Caniço no baixo, Caio Cunha na bateria e Marquim assumindo a guitarra.
     Muitos reclamam que sem o vocalista original a banda perde sua essência, mas tudo que a banda perdeu foi um nome. Pois mesmo que as músicas com Rodolfo sejam as mais famosas, a voz de Digão também se faz presente em ótimas músicas que fazem muita jus ao nome que o Raimundos conquistou.
     Abaixo, as CINCO melhores músicas gravadas pelo Raimundos (que não precisam de Rodolfo Abrantes traidor de movimento para serem excelentes).




     V- Sol e Lua

     Há quem tivesse reclamado muito quando, ainda com Rodolfo, foi lançado o álbum Só no Forévis, onde a faixa mais pesada era Pompem e o álbum era repleto de baladas românticas como Aquela, Me Lambe,A Mais Pedida e a clássica Mulher de Fases, quebrando todo o conceito de hardcore sujo que o Raimundos pregava.
     Mas para os fãs dessa fase do Raimundos, o ep Pt Qq cOizAh (lê-se Ponto Qualquer Coisa) de 2005, segundo disco (se é que podemos chamar um ep de disco) lançado com Digão assumindo os vocais.
     Mesmo sendo leve, romântica e com uma pegada de Charlie Brown Jr., o sentido da letra e o clipe se mantém fieis ao antigo estilo de Raimundos - Um homem se apaixona por duas mulheres, vive em paz com as duas e, de vez em quando, ainda observa as duas se pegarem sozinhas (e o clipe mostra isso com maestria).

     IV - Fique! Fique!

     Coincidentemente, a primeira e a melhor faixa do álbum Kavookavala, lançado em 2002, logo após a saída de Rodolfo.
     A letra é praticamente uma provocação ou intimação pra briga (que muitos fãs interpretaram como uma canção dedicada ao ex-integrante) e festival de ofensas para um indivíduo que pense ser muita coisa e, na realidade, não é nada.
     Os trechos "Tremendo dum bagulho, ainda se acha sexy. Gastou com as vagabundas um talão de cheques. Cebolão do Paraguai e disse que é Rolex. Só deu uma topadinha e já tomou um Dorflex!" são cantados rapidamente e em estilo de rap (coisa que só se tinha se visto antes em Raimundos com a , também, clássica Boca de Lata), com riffs pesados no fundo e bateria agressiva que, naquela época, ainda era responsabilidade de Fred.

    III - JAWS

     Algumas bandas costumam, sem querer, se limitar a uma espécie de tema. Matanza, com canções sobre brigas, bebidas e baralho resumem que a banda gosta de bares. Ultraje a Rigor diz adorar coisas másculas (mulher, sexo e futebol), e Velhas Virgens prezam por divulgar e propagar o sexo das maneiras mais vulgares possíveis. Já o Raimundos, desde o começo, nos mostrou que o que eles gostavam mesmo era a paisagem de uma bela praia (vemos isso em Palhas do Coqueiro, Sereia da Pedreira, Marujo e Andar na Pedra).
     Em 2010, o Raimundos voltou com esta tradição no álbum ao vivo Roda Viva, que contava com sucessos antigos da banda e apenas essa como inédita. JAWS (Mandíbulas, em inglês) é uma canção sobre surfe que inovou muito o estilo do grupo.
     Trazendo de volta o uso de gírias e a menção a pessoas desconhecidas (somente os compositores das letras de Raimundos podem entender as composições por completo) e acrescentando um vocal mais pesado da parte de Digão com backing vocal de Caniço, JAWS se destaca pelo peso que agrada os fãs antigos e ainda busca novos fãs.
     Sem contar que pela sonoridade do trecho "Burle e Gueiros tão com a gente", os fãs de Raimundos se autodenominam como Formigueiros (sendo que na verdade era uma referência aos surfistas Carlos Burle e Eraldo Gueiros).

    II - Cachorrinha

     Como disse Canisso, o álbum novo do Raimundos lançado em 2014, seria composto por músicas pesadas pra roda. Por isso o nome do disco, Cantigas de Roda.
    Esta música, a primeira faixa do álbum, fala sobre Latinha. Cadela de estimação do eu-lírico da letra, Latinha é uma vira-lata feia, comilona, "cagona" e bagunceira...mas que se destaca por ser sua parceira em qualquer situação.
     Com o ritmo pesado, acelerado e agressivo que a música conquistou junto com Frango (vocalista da banda Galinha Preta, que ajudou na composição e gravação da faixa), Cachorrinha também serviu para trazer de volta para o Raimundos as músicas de espírito brincalhão, sujo e de difícil entendimento devido á velocidade com que as palavras são ditas.
     Isso, ainda, sem mencionar a frase "Impressionante como esse cachorro não nega as suas origens" que surge no meio da música. Os fãs antigos devem se lembrar que nos primórdios do Raimundos, sempre ouvíamos frases inseridas nas músicas como "Ela gosta do saco grande porque quando balança enche o cú de terra. Opa, peraí, caceta" ou "Com a peixeira eu sou pernambucano honorário".

    I - Rafael

     Que fique bem claro que esta música não está em primeiro só porque leva meu nome como título.
     Assim como as cantigas antigas do Raimundos mencionavam histórias particulares dos integrantes da banda e de amigos de integrantes, Rafael é uma canção extremamente pessoal. Como muitos trabalhos da banda, só pode ser entendido totalmente pela mesma...o que já é muito saudosista e impressionante (pois se envolver com um som cujo significado você não domina é uma prova do quão poderoso o som se revela).
     A letra é escrita para um homem chamado Cebola que, para seu orgulhoso azar, precisa tomar conta de seu filho Rafael...moleque atentado e bagunceiro que não para quieto por um único instante.
     Fazendo parte da leva de músicas boas do novo álbum Cantigas de Roda, Rafael resgata também a mania que o Raimundos tinha de misturar levadas de forró e música nordestina no trecho/intro de refrão "Mas ele não quer escutar, só quer correr e zoar".
     São musicas com o peso, os riffs, a letra e a irreverência de Rafael (e de todo este novo e maravilhoso álbum do Raimundos) que mostram o verdadeiro potencial de Digão, Canisso, Marquim e Caio....e que também provam que esta é, em termos técnicos e de qualidade musical, a melhor formação que o Raimundos já teve.


    Teoria - O Futuro da Marvel no cinema

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     O TEXTO A SEGUIR CONTÉM SPOILERS DE TODOS OS FILMES DA MARVEL JÁ LANÇADOS, INCLUINDO O RECENTE CAPITÃO AMÉRICA 2 - O SOLDADO INVERNAL.
     Leia por sua conta e risco. 

     Já faz alguns anos que os filmes lançados pela Marvel Studios vem se cruzando. Elementos de cada personagem fazem sua participação em cada filme.
     O que antes eram easter eggs de Homem de Ferro no filme do Hulk e escudos de vibranium no filme do Homem de Ferro, agora são referências claras e pistas sobre os longas futuros como Homem Formiga, Doutor Estranho e Vingadores 2.
     Pouco se sabe sobre o que vamos ter. Temos nomes, atores e até roteiristas confirmados...mas não sabemos nada do roteiro e sinopse dos filmes que estão por vir.
     O que podemos, claro, é pensar. Desenvolver teorias, teses e, praticamente, expectativas unindo tudo o que queremos que aconteça...com tudo que os filmes atuais indicam que pode acontecer.
     Para termos uma ideia do que vem por aí, é necessário que se faça a revisão. O que já veio?
     O que já foi estabelecido para o Universo Marvel nos cinemas? E o que podemos prever que sairá disso?
     Basta pensar!




     A geração começou com O Incrível Hulk, de 2008. Naquela época ninguém sabia da possibilidade de todos os filmes se tornarem apenas um, mas mesmo assim podemos considerá-lo como o primeiro filme desta fase da Marvel no cinema. Filme número um da Fase 1 da Marvel.
     Com uma leve ajuda de Tony Stark na cena pós-créditos, começamos a entender que as coisas começaram a ficar sérias.
     Mas de útil mesmo, O Incrível Hulk nos apresentou Hulk. Tanto seu potencial como super-herói, como gênio da ciência...e como ameaça. Foi neste filme que entendemos logo de primeira o quanto de vilão que este herói tem. Uma ameaça, das piores...que logo pode ser um problema.
     Depois disso, tiveram os dois filmes do Homem de Ferro. No primeiro, Tony Stark desenvolve sua armadura e nova identidade tendo como pano de fundo as ações do grupo terrorista A Sociedade dos Dez Anéis que, é claro, não tiveram fim neste filme. Ou seja, além de Hulk...uma possível ameaça do futuro é a Sociedade dos Dez Anéis.
     Sem contar que são nestes dois filmes do Homem de Ferro que conhecemos a SHIELD, através de Nick Furry, Viúva Negra e o Agente Phil Coulson, que logo mostram a que vieram durante todo o filme Homem de Ferro 2.
     

     Depois, vieram Capitão América - O Primeiro Vingador, e Thor. Filmes lançados na mesma época que, independente de sua qualidade, foram de extrema importância para o Universo Marvel que fomos formando no cinema.
     Em Capitão América, foram-nos apresentados os vilões Caveira Vermelha, Arnim Zola a organização maligna e nazista HYDRA. "Mas se são vilões do passado, qual a importância?" Toda a importância!. Se o roteiro é capaz de trazer um herói do passado de volta, por que não traria vilões?
     Já Thor foi o responsável por mostrar ao público que Marvel não se resume a Terra. Com a interferência de deuses/alienígenas, muitos problemas de outro mundo podem se tornar problema nosso. Outros mundos, como Asgard, se mostraram uma grande ameaça. Assim como Loki, que mais tarde se tornaria personagem indispensável (mais por causa do carisma de Tom Hiddleston do que tudo).
     Ainda em Thor, a SHIELD se mostra forte e presente em qualquer ambiente...com a primeira aparição do Gavião Arqueiro como personagem.
     E depois que a Marvel Studios já tinha estabelecido, em cinco longas, seus mais importantes personagens....o que restava era uni-los em um único filme.
     Em 2012, foi lançado, então, Os Vingadores.
     Com a presença de todos os herois (e o vilão Loki) citados anteriormente, a produção foi, até agora, a melhor do estúdio...mas não a mais importante. De novo, o que tivemos foi Maria Hill, a agente da SHIELD que, dali pra frente, seria a única agente simples que importaria.
     O filme em si não acrescenta nada de novo, apenas reforça conceitos de antes. A ameaça de termos um Hulk e o perigo de outros mundos interferindo na paz da Terra se fazem mais presentes...isso sem mencionar a cena pós-créditos que logo nos mostra um vilão em potencial: Thanos!! Sendo o vilão mais poderoso da produtora nos quadrinhos, é ele o vilão que mais desejamos ver no cinema contra os Vingadores.
     E assim se encerrou a fase 1 da Marvel nos cinemas.


     Mas foi justamente o personagem favorito da Marvel Studios que teve a missão de iniciar a fase 2. E falhou.
     Homem de Ferro 3, em questão de qualidade, desapontou a todos os fãs. Com a história de Mandarim não existir e ser apenas um ator, acabou ocasionando um erro de continuidade enorme. Se Mandarim é irreal, então toda a Sociedade dos Dez Anéis (chefiada por Mandarim) no primeiro filme do herói também é irreal? Tudo, de 2008 a 2013, foi apenas parte do teatrinho?
     Talvez o único efeito de Homem de Ferro 3 para o resto do universo fora o fato de Tony Stark abrir mão de ser o Homem de Ferro. Mesmo com um "I am Iron Man" encerrando o longa, Stark destrói todas as suas armaduras e retira o reator de seu peito. Ou seja, o gênio bilionário playboy e filantropo permanece...mas nada de Homem de Ferro.
     Meses depois no mesmo ano veio Thor - O Mundo Sombrio, resgatando e reforçando coisas que já haviam se mostrado importantes nesses filmes. Agora temos perfeita noção de que alienígenas e seres de outros mundos estão cada vez mais perto de se tornarem ameaças e vilões.
     Também é nesta produção que várias garotas vibram com um fato: O que era pra ser um vilão passageiro se transforma em um novo aliado, Loki.

     
     E também nas cenas pós-créditos de Thor - O Mundo Sombrio, pela primeira vez surge alguma pista sobre Guardiões da Galáxia, um dos futuros filmes da Marvel. O personagem O Colecionador dá as caras na cena, deixando milhares de fãs confusos inclusive eu, que com mais de dez anos lendo quadrinhos nunca nem ouvi falar desses Guardiões da Galáxia.
     Ainda depois disso, o filme mais recente da Marvel Studios finalmente deu as caras.
     Capitão América 2 - O Soldado Invernal estreou há algumas semanas, com aprovação de 100% da crítica e com 100% de influência nos filmes que estão por vir.


     Perdendo apenas para os dois primeiros Homem de Ferro e Vingadores, nomeio este o quarto melhor filme da Marvel.
     Para começar, o filme começa a demonstrar sua importância com os vilões que possui. Ossos Cruzados, Arnim Zola, Tankard O Saltador e Soldado Invernal são todos vilões que aparecem no longa e que NÃO morrem. Ou seja, logo poderemos vê-los novamente.
     E não esqueçamos de Alexander Pierce, o personagem de Robert Redford. Apresentado de início como um dos maiores executivos e diretores da SHIELD, se revela como o líder da HYDRA nos tempos atuais. Com idade para claramente ser um veterano da Segunda Guerra, Pierce é o responsável por criar Soldado Invernal e por matar Nick Furry.
     Claro que Furry não morre de verdade. Sofre uma tentativa de homicídio e depois disso começa a divulgar a notícia de sua morte, de modo que fique em paz. Como ele mesmo diz, "não se pode matar quem já está morto".
     Durante todo o longa, as informações expostas são: A SHIELD está em estado crítico, Nick Furry teve seu fim e agora vive em anonimato, a HYDRA ainda está de pé, e Capitão América tem o soldado Falcão como aliado.
     E como se isso não fosse influência o suficiente, ainda temos a cena pós-créditos onde o Barão Von Strucker (outro vilão potencial para o futuro) conversa sobre os milagres...os Gêmeos. E vemos Pietro e Wanda Maximoff, os irmãos famosos também conhecidos pela alcunha de Mercúrio e Feiticeira Escarlate.
     E com tudo isso que estes nove filmes já nos deram é impossível adivinhar o que pode acontecer nos próximos que a Marvel prometeu lançar, certo?
     Mas HÁ uma teoria!! Banquei o Stan Lee e bolei uma explicação e junção desse filmes, tendo em vista os que estão por vir.
     Me acompanhem.

     O próximo filme a ser lançado que levará o amado nome da Marvel nas costas será Guardiões da Galáxia, uma surpresa para todos pois este é um grupo nada conhecido (mesmo que Rocket Racoon seja um velho amigo das jogatinas de Marvel vs Capcom).
     O que todo mundo acha é que Guardiões da Galáxia servirá, assim como boa parte dos filmes de Thor, para estabelecer uma relação maior com os acontecimentos fora da Terra (sendo que esta será a primeira produção que se ambientará totalmente no espaço).
     Depois disso, Marvel novamente só em 2015 com Vingadores 2 - A Era de Ultron, onde teremos (confirmados por Kevin Feige, o chefão da Marvel) James Spader como Ultron, Elizabeth Olsen como Feiticeira Escarlate, Aaron Taylor-Johnson como Mercúrio e Paul Bettany como Visão.
     Alguns meses depois de Vingadores 2, estreará Homem-Formiga. Surge a dúvida de muitos como Maik Ramos, que me deu ideia para todo este texto: Se nos quadrinhos Ultron é criação do Homem-Formiga, como que o filme do Homem-Formiga vem DEPOIS do filme em que Ultron é vilão?
     Segue a teoria.


     Em Homem de Ferro 3, Tony Stark oficialmente aposentou sua armadura. Mesmo afirmando que sempre será o Homem de Ferro, fica quase claro que depois de tantos problemas (e o trauma que desenvolveu depois do incidente com buracos de minhoca em Nova York) que Stark está cansado de batalhas.
     Em Capitão América 2, Nick Furry não morre de verdade, mas precisa viver eternamente em anonimato, fugindo dos órgãos públicos.
     A SHIELD, em estado crítico, não tem mais Furry pra mantê-la de pé. Quem tem dinheiro, inteligência e experiência como herói o suficiente pra vestir as calças e assumir a superintendência? Tony Stark, desprovido do título de Homem de Ferro assume o lugar de Furry, impedindo que a SHIELD vá a falência. Isso também resolve todas as dúvidas de quem acha que Robert Downey Jr. iria desistir de ser Stark por estar velho e não aguentar mais cenas de ação.
     "Mas com Stark no comando da SHIELD, há desfalque no time de combate dos Vingadores!" Sim, é por isso que Visão, o androide, entra no time. Ao sair da equipe, Tony desenvolve o robô Visão para que os Vingadores não fiquem com um guerreiro a menos. Evidências disso? Paul Bettany foi escolhido para interpretar Visão, mesmo ator que faz a voz de Jarvis, a inteligência artificial desenvolvida por Stark.
     Tendo a mesma voz, Jarvis e Visão podem claramente terem sido desenvolvidos pela mesma indústria, o que justifica toda a teoria.


     Ainda em "Vingadores 2 - A Era de Ultron", Ultron surge de alguma maneira desconhecida (sabemos apenas que será sob comando da HYDRA que, pela terceira vez, mostrará que não teve seu fim) tendo a SHIELD em reconstrução como seu alvo e os Vingadores com formação instável pela saída de Stark. Isso sem mencionar que Mercúrio e Feiticeira Escarlate também estarão presentes nos ataques de Ultron, como arma secreta da HYDRA (como foi visto em Capitão América 2, os gêmeos estão sob comando de Barão Von Strucker).
    Em artes conceituais de Vingadores 2, Mercúrio aparece combatendo robôs. Considerando que robôs são as criações de Ultron, é fácil deduzir que em certo ponto os gêmeos se voltarão contra seu mestre e se aliarão aos Vingadores.


    Capitão América, Thor, Hulk, Viúva Negra, Gavião Arqueiro, Visão, Mercúrio, Feiticeira Escarlate e Homem de Ferro (só na supervisionando) por fim derrotam Ultron e o filme acaba. Pronto.
     Este é o momento em que a sala de cinema se enche dos fãs de quadrinhos se irritam e gritam coisas como "Nas HQs, Homem-Formiga inventou Ultron, que filme infiel."
     Acalmem-se, marveletes. Já tudo se explica.


     Confirmados para o filme de Homem-Formiga, temos dois atores. Paul Rudd foi escolhido para viver Homem-Formiga, e Michael Douglas para viver...Homem-Formiga também.
     A questão é que Rudd (de apenas quarenta e cinco anos de idade) interpretará Scott Lang, o segundo Homem-Formiga e provavelmente o que será usado nos Vingadores (por questões de estado físico).
     Já Michael Douglas, em seus saudáveis sessenta e nove anos de idade viverá Hank Pym, o primeiro Homem-Formiga e também o responsável, nas HQs, por criar Ultron.
     A explicação de tudo é a seguinte: Seguindo a lógica das HQs, realmente foi Pym quem criou Ultron.
     Analisando pela idade do ator, é fácil deduzir que Pym (Michael Douglas) também é veterano de guerra e fazia, junto com Alexander Pierce e Barão Von Strucker parte dos últimos sobreviventes da HYDRA.
     Quando seu discípulo e/ou amigo próximo Scott Lang (Paul Rudd) descobre que Pym foi o desenvolvedor da arma nuclear que quase derrotou os heróis mais poderosos da Terra...algo deve ser feito.
     Lang assume o uniforme utilizando todo o conhecimento que Pym lhe passou (provavelmente os poderes de encolhimento do Homem-Formiga serão esquecidos no cinema assim como os anéis mágicos do Mandarim foram esquecidos) e tenta deter seu mestre, e conseguirá. Se permanentemente, não sabemos. Mas é necessário que haja um vencedor entre os Homens-Formiga para que o filme acabe corretamente.
     Outro rumor que fortalece esta tese é a de que Evangeline Lilly (a Kate de Lost e Tauriel de Hobbit: A Desolação de Smaug) estaria cotada para o filme. Alguns dizem que ela seria a Vespa, par romântico de Scott Lang e filha de Hank Pym (contrariando as HQs em que Pym é o marido de Vespa), o que geraria uma relação de proximidade entre os dois Homens-Formiga.


     Ainda na fase 3 da Marvel, surgirão três filmes.
     Doutor Estranho finalmente sairá do papel, trazendo um pouco mais de misticismo ao MCU (Marvel Cinematic Universe).O filme já foi confirmado por Kevin Feige,e o doutor Stephen Strange já foi citado em Capitão América 2 como uma das grandes ameaças. O ideal (para tirar a má impressão que Homem de Ferro 3 deixou) seria que a magia de Strange estivesse relacionada com os Anéis do verdadeiro Mandarim (que, como mostrado no curta oficial All Hail to the King) está irritado por ter seu nome usado pelo ator Trevor Slattery e por Aldrich Killian.
     Enquanto isso, Thor 3 tratará de unir todo o universo Vingadores com Guardiões da Galáxia e, mais uma vez, trazer de volta nosso amado Loki. Dessa vez como aliado.
     E em Capitão América 3, acompanhando o ritmo de espionagem imposto no último filme do personagem, finalmente toda a merda feita em Homem de Ferro 3 será consertada.


    Como também mencionado no curta All Hail to The King, a Sociedade dos Dez Anéis existe. E nada a impede de retornar. Como nosso veterano Capitão agora busca se atualizar (e Homem de Ferro continua em repouso), nada melhor do que deixarmos Mandarim e sua trupe serem confrontados pelo sentinela da verdade e por seu novo sidekick Falcão, também carente de SHIELD e provavelmente um novo Vingador.
     Depois disso tudo, o Universo Marvel estará restabelecido no cinema. Com uma formação que conterá mais de dez super heróis unindo Vingadores, Guardiões da Galáxia, agentes da SHIELD e Defensores (estes últimos formados por Demolidor, Luke Cage, Jessica Jones e Punho de Ferro, que serão apresentados nas séries produzidas para o Netflix), o time estará poderoso. Mas os vilões não serão poucos. 
     Até agora, contamos todos os vilões de Guardiões da Galáxia, os terroristas da Sociedade dos Dez Anéis, os poderosos destruidores da HYDRA, Thanos e ainda os capangas provenientes dos seriados que virão...não seria exagerado chutar que Vingadores 3 será APOCALÍPTICO.
    Claro que essa palavra não poderá ser usada, pois Apocalypse já será vilão de algum filme dos X-Men, cujos direitos estão nas mãos da Fox, mas isso já é assunto pra outra teoria.
    O fato é que, seguindo todos estes fatos e especulações a respeito do CMU, nota-se que as proporções de uma batalha dessas serão tão fortes que poderão resultar no fim do mundo.
     Aliás, será que isso tudo não acaba em uma grande epopeia adaptada de Marvel Zumbis?
    Só esperando é que poderemos ter certeza de qualquer coisa.

    Top V - Brinquedos influentes.

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     Quando filmes como Vingadores, Star Wars e Batman são lançados, eles vem acompanhados de uma tonelada de brinquedos e bonecos inspirados nos personagens, veículos e máquinas do filme.
     A cada filme ou desenho de sucesso são lançados brinquedos para que as crianças tentem reproduzir em seu quarto a mesma emoção que tem quando assistem tais obras.
     A lista abaixo é exatamente sobre este processo....ao contrário.
     Como há filmes que viram brinquedos, também existem brinquedos que são fabricados e, logo depois, se transformam em desenhos, filmes e muitas outras coisas tentando igualar, nas telas de cinema, o sucesso que fazem nas prateleiras de lojas de brinquedo.



                                   
    V - Comandos em Ação

     Se lembra daqueles brinquedos de soldados, robôs, policiais e ninjas que, em menos de uma hora, quebravam o polegar e ficavam sem suporte para segurar seu mini revólver? E se eu te disse que os filmes de G.I. Joe são inspirados neles?
     Lançados em 1964 com a figura máscula de Falcon (ainda não adaptado em nenhuma mídia), os bonecos se transformaram nos melhores brinquedos para garotos e logo invadiram as telas. Começando com as séries animadas, claro.
     O desenho animado clássico foi lançado em 1983 e, mesmo sendo exibido na TV Globinho, não teve quase relevância nenhuma dentro do Brasil, e tampouco nos Estados Unidos.
     Foi somente a importância como brinquedos (praticamente foram inventores do termo action figure) que fez com que em 2009 fosse lançado o longa-metragem live-action "G.I. Joe: A Origem de Cobra" que, mesmo sendo terrível, teve sua sequência com Bruce Willis em 2013, o "G.I. Joe: Retaliação" que acabou dando melhor qualidade ao filme.
     Mas em questão de entretenimento, os bonecos acabam sendo mais divertidos.


    IV - He-Man e os Mestres do Universo

     Como já mencionado em um texto antigo, o desenho He-Man foi criado como forma de divulgação para a série de bonecos Masters of Universe, criados pela Mattel pegando carona no sucesso dos quadrinhos e filme de Conan, o Bárbaro e por pura inveja de Star Wars (que teve sua linha de brinquedos rejeitada pela Mattel).
     Só que neste caso, a estratégia de marketing realmente funcionou. Devido aos quadrinhos (que eram dados de brinde nas compras dos bonecos) e ao desenho animado que sempre continha uma lição de moral em sua conclusão, He-Man quebrou barreiras. Vários games e livros de RPG foram criados baseados no universo de Ethernia (que reúne artefatos tecnológicos com uma ambientação medieval, bárbara e mística).
     O sucesso de He-Man entre os garotos foi tão grande que, na mesma época, foi lançado o desenho de sua irmã She-Ra voltado para o público feminino,e mais tarde, em 1987, um longa metragem live-action foi lançado com Dolph Lundgreen no papel principal e com tantas falhas de roteiro que chega a dar pena.
     Nos dias de hoje, as crianças cresceram e continuam sendo fãs de He-Man. O que resultam em páginas do Facebook, vídeos engraçados e até um novo filme, que já tem diretor e roteirista contratados, mesmo não tendo data prevista para o início das filmagens.


     III - Transformers

     Atualmente, muitos estão ansiosos com a estreia de Transformers: Age of Extinction (com lançamento previsto para 25 de junho de 2014), quarto filme da franquia de filmes robóticos dirigidos pelo explosivo Michael Bay.
     Só que pouca gente sabe (inclusive, nem mesmo o senhor Felipe Castanhari sabe) que os autobots e os decepticons não foram criados para estes filmes.
     Em 1980, a Hasbro (empresa tão grande quanto a Mattel) comprou os direitos da empresa japonesa Takara para produzirem suas séries de brinquedos que viravam robôs (Não eram apenas carros, como também eletrodomésticos como relógios e televisões).
     Como as vendas andavam baixas, Hasbro adotou da mesma estratégia que Mattel adotou com He-Man, e foi-se formada a parceria com Marvel (sim, a Casa das Ideias) para que roteirizassem os brinquedos. Assim, foram lançadas as HQs dos Transformers, o desenho animado (que durou cinco temporadas, rendeu vários desenhos derivados até hoje e ainda um filme animado em 1986.
    No Brasil, é válido mencionar que os Transformers serviram de inspiração para a série de brinquedos Letronix, criada pela Recreio.
     Ao comparar a mitologia dos autobots do desenho animado original com a dos filmes atuais, as diferenças vem a tona. Além do nome do líder mudar de Líder Optimus para Optimus Prime, a evolução automobilística fez com que Bumblebee deixasse de ser um fusca para ser um Camaro.
     E para os fãs da franquia de brinquedos, desenhos, quadrinhos e filmes, uma dica de evento bacana: No shopping Anália Franco, está tendo uma exposição em comemoração aos 30 anos de Transformers, contendo réplicas dos robôs atuais e até brinquedos antigos. Mas o melhor de tudo é o túnel do tempo, onde você acompanha imagens sendo guiado pela voz impactante e estrondosa de Optimus Prime, líder dos Autobots.


     II - Lego

     Talvez o mais antigo desta lista, Lego foi criado por Ole Kirk Christiansen na Dinamarca em 1950.
      No começo, eram apenas peças para montar qualquer coisa que você quisesse. O primeiro game com modo criativo da história.
     Com peças coloridas e que possibilitavam a construção de milhões de objetos diferentes, Lego logo conquistou a garotada e precisou dar rosto ao carisma que carregava em suas peças.
     Assim, os personagens amarelos que conhecemos há tanto tempo foram inventados e, pela praticidade em dar movimento a personagens assim, muitas produções surgiram devido aos grandiosos Lego.
     Além de inspirar Hans Beck a criar a bizarra por causa dos rostos dos brinquedos que parecem que vão devorar minha alma também famosa linha de brinquedos Playmobil, Lego se transformou em um estilo novo de arte.
     Muitos games foram criados em Lego (como Lego Super Heroes, Lego Indiana Jones e Lego Lord of The Rings), e curta-metragens também (como Lego Ninjago e Lego Marvel), assim como poucos longa-metragens (incluindo As Aventuras de Clutch Powers).
     Mas o poder de um Lego só é sentido com total intensidade em duas ocasiões:
     A primeira é quando um longa-metragem de 100 minutos é dedicado a si e acaba batendo recordes de bilheteria, como aconteceu em Uma Aventura em Lego, lançado no começo de 2014.
     A segunda é quando você passa pela experiência (que todo mundo já teve) de quase-morte, quando acidentalmente pisa em uma peça de Lego...descalço.


     I - Barbie

     Dessa lista, talvez seja a Barbie com a história mais realista.
     Sua criadora Ruth Handler teve a ideia para seu desenvolvimento quando viu que sua filha Barbara, mesmo adolescente, continuava brincando com suas bonecas bebê. E foi quando teve a ideia de desenvolver uma boneca adolescente, a universalmente famosa Barbie.
     Com o passar do tempo, Barbie ganho também todo um universo. Junto com sua boneca eram lançadas as bonecas de suas amigas, seus carros, sua casa, suas roupas, sua sobrinha Kelly, as amigas de sua sobrinha, seu namorado Ken (baseado em Kenneth, irmão de Barbara na vida real) e também os amigos de seu namorado.
     Não demorou muito para que virasse filme, e foi em 1987 que foi lançado "Barbie em A Estrela do Rock", primeiro filme com a boneca como personagem. Depois disso ainda vieram mais vinte e seis filmes, incluindo os clássicos "Barbie Fairytopia", "Barbie Rapunzel" e "O Diário da Barbie".
     Além de sua grande filmografia, Barbie estampa seu rosto em roupas personalizadas para garotas, séries animadas, maquiagens, joguinhos de computador e até mesmo inspirou Aqua a lançar a canção Barbie Girl (que ganhou sua versão brasileira igualmente irritante na voz da ex-cantora infantil Kelly Key).
     E se os vinte e sete filmes animados para televisão não fossem o suficiente, a Mattel firmou uma parceria com a Sony para que as filmagens de um live-action da Barbie comecem no final deste ano.

     Menções Honrosas

     Não foram importantes e tão influentes a ponto de entrarem para a lista e competirem nomes grandes como Transformers, Lego e, ironicamente, Barbie. Mas os brinquedos e jogos a seguir também tiveram papel importante ou ao menos relevante na cultura popular.

    . My Little Pony - Criada como uma linha de bonecos de pôneis para a Hasbro, acabou caindo na graça das meninas e ganhando três séries animadas (uma para cada década) e nove longa-metragens.
    . Polly Pocket - A boneca mais pretensiosa da lista. Lançada também como apenas uma boneca, sua série animada e seus filmes eram lançados sempre dizendo que seriam a próxima Barbie, ou a substituta da Barbie. Talvez a pretensão foi o que fez com que essas previsões não fossem cumpridas.
    . Monster High - Entre as bonecas citadas acima, é a única cujas mídias se aproximam da de Barbie. Atendendo a um público atual (garotas que dizem não gostar da cor "rosa"), as bonecas são inspiradas em monstros da cultura popular como o monstro de Frankenstein, Drácula e o monstro do Lago Ness. Quase que imediatamente, foram lançados filmes animados, séries de TV e ainda a música Fright Song, canção tema do seriado.
    . Bratz - Mesma coisa que as outras. Lanças pela MGA, foram sucessos de vendas em 2001. Acompanhando as vendas, séries de tv e um álbum musical também nasceram. Depois, em 2007, este filme foi produzido. Fracassando em bilheteria e crítica, com a única vantagem de ter atrizes mais bonitas que as bonecas (que parecem peixes).


     . Max Steel - Tecnicamente falando, é a versão masculina da Barbie. Criado como figura de ação para garotos, Steel fez mais sucesso no Brasil do que nos EUA, sua terra natal. Com nove filmes e alguns curtas feitos para a TV, Mas Steel chegou até a ganhar um reboot de seu boneco, que não tem mais cara de macho e parece um dos meninos do One Direction.
     . Hot Wheels - Os únicos, além de Transformers, carrinhos que alcançaram o estrelato. Criados como uma linha de brinquedos de corrida, também possuem duas séries de TV e tem seu slogan na boca de todo e qualquer brasileiro. Hot Wheels, vai encarar?
    . Batalha Naval - Esse sim podemos dizer que foi totalmente CHUPADO de Transformers. Pouca gente sabe, mas o jogo batalha naval (jogo de tabuleiro onde o objetivo é afundar o máximo de embarcações possível) foi a grande inspiração do filme Battleship, com Liam Neeson e Rihanna.
    . Detetive - O jogo de tabuleiro da Estrela foi criado em 1949 e tinha, como principal objetivo, descobrir quem havia sido o assassino da situação, que arma havia utilizado e onde havia executado o assassinato. O jogo Detetive, ou Clue, foi adaptado para o cinema em 1985, com Christopher Lloyd e Martin Mull, no filme Os 7 Suspeitos, que virou clássico da comédia investigativa.
    . Gigantes de Aço - Este último se trata de uma especulação, mas faz muito sentido. Assim que o filme Gigantes de Aço, com Hugh Jackman e Evangeline Lilly, foi anunciado...não deu outra. A imagem de robôs lutando em campeonatos controlados por humanos fez com que a relação com o brinquedo Rock'Em Sock'Em Robots viesse automaticamente a cabeça de qualquer brasileiro que já sentiu vontade de brincar com estes bonecos clássicos americanos.


     E você? Que brinquedos clássicos você gostaria que ganhassem adaptações? E qual dos brinquedos influentes da cultura popular você acha que faltaram na lista (até mesmo nas menções honrosas) ?
     Comentem.

    O Incrível Homem-Aranha 2: A Ameaça de Síndrome

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     Ontem, dia 1 de maio de 2014, houve a estreia de O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, segundo filme do reboot da franquia de filmes do cabeça de teia dirigida por Marc Webb (nosso antigo conhecido de 500 Dias com Ela).
     O que se pode dizer do filme é o mesmo que podemos dizer de seu antecessor. Bastante fidelidade aos quadrinhos (salvo certas adaptações necessárias para que não ficasse ridículo em cena), comédia e ação nos níveis certos e ótimos efeitos especiais...porém o roteiro falha em certos pontos ao não proporcionar uma motivação convincente para os acontecimentos e muita correria para resolver certas questões.
     P.S.: Desta vez, vou tentar passar a menor quantidade de spoilers possível.

     Mas se o filme falha no roteiro, a culpa não é apenas de seus três roteiristas Alex Kurtzman, Roberto Orci e Jeff Pinkner (Ou cinco, se somarmos Stan Lee e Steve Ditko), e sim também de Brad Bird, roteirista de alguns filmes infantis.
     Por que Brad Bird? Pois bem. Além de dirigir e roteirizar Ratatouille, Gigante de Aço e Protocolo Fantasma, Bird também é o criador do famoso filme Os Incríveis, único longa-metragem da Disney/Pixar sobre super-herois
     "Okay, mas qual é a relação?"
     Faça uma sessão dupla. Primeiro, assista Os Incríveis, animação de 2004. Logo depois, assista este novo filme do Homem-Aranha, lançado exatos dez anos depois. E com um pouco de tempo, você vai começar a pensar em como os dois filmes são bizarramente parecidos!

    Primeira semelhança é que, nas HQs, tanto Os Incríveis quanto o Homem Aranha já enfrentaram o Quarteto Fantástico...ZOERA!!

     Primeiramente, notam-se as semelhanças simples.
     Em ambos os filmes, o passado é importante. Em Os Incríveis, a relação do passado com o presente se dá com os tempos antigos em que super-heroísmo era permitido por lei. Já em Homem-Aranha, o passado se mostra importante com todo o lance (desnecessário e que serve como "encheção de linguiça" na trama) de que os pais de Peter Parker teriam ligação com a Oscorp.
     Assim como Edna Moda aparece como a chefe mandona no filme da Disney, o longa do cabeça de teia também faz referência (em determinado momento) a J. Jonah Jameson, chefe de Parker tanto nos quadrinhos quanto nos filmes da antiga trilogia do personagem.
     Em Os Incríveis, Beto e Helena Pera sofrem uma grande crise no seu relacionamento pela falta de tempo que Beto vem tendo com ela...exatamente o mesmo motivo das constantes brigas de Peter e Gwen Stacy, a namoradinha do aranha (substituindo a ruiva voluptuosa Mary Jane dos filmes de Sam Raimi).


     Mas até aí, tudo bem. Essas são, sim, coincidência básicas que podem ocorrer entre alguns roteiros quando existem milhões de filmes por aí. As ideias acabam coincidindo, ainda mais com temas universais como personagens autoritários, romance e histórias que venham do passado (sendo que tanto Luke Skywalker quanto Harry Potter tem seu heroísmo do passado).
     Mas esqueça estes pontos. Foque nos detalhes. Ou melhor, foque nos vilões que, sem dúvida, são a parte mais interessante.
     Aí então as semelhanças vem á tona.


     Uma breve recapitulação do vilão da animação:
     Quando criança, o pequeno Bochecha era o maior fã de Sr. Incrível e toda a sua patota de super-heróis. Tão fã que chegou a adotar o codinome de Gurincrível. Tentando se tornar o parceiro de seu ídolo, o menino acabou criando sérios problemas logo no início do filme e, por fim, destruiu a "carreira" do Sr. Incrível e de todos os outros herois que atuavam na época. Ao fazer isso, logo foi tratado com ignorância por seu ídolo e perdeu toda a motivação que tinha para amá-lo...e a transformou em ódio. Logo, fazendo uso da energia de ponto zero (e seus raios), Bochecha, ou Gurincrível, se transformou em Síndrome,o supervilão elétrico com intuito de destruir seu ex-ídolo.
     Isso não te lembra algo? Um personagem que era um super fã de determinado super-herói,a ponto de se dizer seu amigo e possuir pôsteres por seu quarto, sofre uma terrível decepção com o mesmo e toma como sua nova motivação se vingar do herói. Claro, isso sem esquecer as habilidades com raios e eletricidade e seu novo codinome com alusões a descobertas científicas.
     Se nomes não fossem citados, as origens e motivações dos personagens certamente se confundiriam. A personalidade de Max Dillion se reflete na esquisitice de Bochecha e a loucura de Electro bate de frente com a maleficência de Síndrome.
     É o mesmo personagem!
     Com o mesmo início!
     E, perdoem-me pelo leve spoiler, com o mesmo fim!
     Lembram-se de como Síndrome é derrotado? Por ele mesmo, com seu robô Omnidroid se auto-esfaqueando.
     Digamos que quando Electro é derrotado, não é de uma forma muito diferente.
     Imagine os princípios básicos de eletricidade. O que ocorre com uma bateria quando ela se sobrecarrega? Ela explode. E assim, com seus próprios superpoderes, os supervilões destes dois superfilmes....são derrotados.

     Uma das diferenças significativas entre os dois filmes é o pequeno fato de que em Incríveis, possuímos um único vilão principal. Já em Homem-Aranha (como de costume) a vilania também é apenas uma, mas com dois personagens a representando. Primeiramente, Electro, o vilão-título. E em pano de fundo (mas com uma importância quase maior que a de Max Dillion), Harry Osborn, o novo Duende Verde.
     Mas trate os dois inimigos de Spidey como um só, e novamente seus atos e detalhes vão remeter aos super-herois da Disney.


     A personagem da esquerda - Mirage.
     Secretária particular de Síndrome, Mirage é bonita, sensual, misteriosa, persuasiva e inteligente. Tem todos os atributos que uma vilã de primeira categoria costuma ter. Só que, como todos sabem, é apenas questão de tempo para que Mirage utilize seus talentos para o bem e saia do lado de Síndrome para finalmente auxiliar Sr. Incrível e seus familiares.
     Já a personagem da direita é Felicia. No filme recém-estreado, Felicia surge como secretária e assistente pessoal de Harry Osborne e em certo momento mostra seu lado gatuno quando passa para seu chefe segredos da empresa Oscorp que tanto ele quanto ela não deveriam saber.
     Se não bastasse o fato de que tanto Mirage quanto Felicia são sidekicks maléficas, inteligentes, sensuais e misteriosas...ainda há o fato da mudança de lado. Nada acontece neste filme, e Felicia permanece do lado negro da Força desde o início até o fim.
     Mas um bom conhecedor dos quadrinhos do Homem-Aranha se lembra muito bem de que Felicia é o primeiro nome de Felicia Hardy, a Gata Negra. Ladra astuta que hora é bandida, hora é heroína e hora é....amante do herói.


    Mas há um certo momento em que Síndrome é derrotado...pela primeira vez.
     Sem Omnidroid e sem superpoderes para o ajudarem, ele recorre a um recurso que os supervilões utilizam desde que o conceito "maldade" existe - Tentar atingir os super-herois através de pessoas inocentes que os mesmos amam.
     Então, o ex-ClaudinhoBochecha vai até a casa dos Pera para atacar seu bebê - Zezé, até então considerado o único normal da família.
     Com o bebê em mãos, Síndrome tenta atingir todos os outros Pera (Sr. Incrível, Mulher Elástica, Flecha e Violeta) ao arremessar a criança ao chão de uma altura consideravelmente alta.
     A cena clássica de Síndrome no ar com o bebê e o mesmo caindo pode ser definida como vilão atacando o heroi indiretamente.

     Igualmente à cena em que Gwen Stacy é levada para o céu com Duende Verde e arremessada para o chão. Vilão atacando heroi indiretamente.
     Através de queda.


    Você normalmente veria isso como coincidência, se não estivesse pensando em todas as outras "coincidências" de roteiro citadas acima.

     E para finalizar, nada melhor do que a cena final de cada um dos longa metragens.
     Em Metroville (cidade em que Os Incríveis se passa), os super-heróis voltaram a ser permitidos por lei após os acontecimentos causados por Síndrome. E então, no último minuto do filme surge um vilão, que se autodenomina O Escavador, dentro de uma máquina. Antes da batalha ter início, cada um dos Incríveis veste sua máscara e o filme termina sem que a luta tenha um desfecho...apenas representando o grande retorno dos herois.
     Em relação à cena final de O Espetacular Homem-Aranha 2. Qual é a diferenças das cenas?
     O Escavador é Rhino. A máquina escavadora é a armadura de rinoceronte. O ato dos Incríveis colocarem a máscara é o ato do Homem-Aranha retornar e se dispor a lutar contra Rhino. E o fato de nenhuma das duas lutas acabarem confirmam o conceito de que os super-herois em questão estão de volta...e que nunca irão desistir de ser herois...pois sempre haverão vilões á solta.


      Depois que a Disney comprou a Marvel, todos os filmes da Marvel acabaram tendo uma pitadinha de Disney em sua produção...então esse tipo de referência era até esperada.
     Mas é válido lembrar que O Espetacular Homem-Aranha 2 é uma produção da Sony Pictures, sem nenhuma relação com a Marvel/Disney/Pixar.
     Ou seja, o que notamos aqui é uma grande coincidência ou um plágio muito bem disfarçado.
      Esperamos que isso não vire tendência e que Os Incríveis não sejam misturados em filmes de outros super-heróis....

    Os problemas de Pompeia.

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     Entre os filmes ruins que existem em todo o mundo, são poucos os que rendem vários tópicos apenas sobre seus defeitos.
     E um desses poucos com certeza é Pompeia, filme de 2014 dirigido por Paul W.S. Anderson, que aparenta ser o último suspiro da onda de filmes de catástrofe que se iniciou com o apocalíptico 2012.
     É quase consenso entre todas as pessoas do mundo que Pompeia é um péssimo filme (apenas não procure a opinião de Marcelo Hessel sobre o longa, pois esse cara ás vezes se equivoca feio).
     Entenda, passo por passo, quais são os GRANDES problemas que fazem com que Pompeia seja tão ruim a ponto de merecer que um vulcão a destrua.




     A deficiência do elenco.

     Não, não tem nenhum deficiente mental no elenco. Ou talvez até tenha, mas este tópico não é sobre isso pois não tenho nada conta deficientes mentais, até acho eles engraçados.
      A deficiência mencionada sobre o elenco de Pompeia é simplesmente que os atores mais famosos do longa não confirmam o fato de que aquilo é uma produção para o cinema.
     Três dos atores mais famosos do longa estão FORTEMENTE associados a personagens de seriados. Adewale Akinnuoye-Agbaje (Atticus) é o Mr. Eko de Lost, Keifer Sutherland (Senador Corvus) não teria um nome forte se não tivesse sido Jack Bauer em 24 Horas. E, é claro, Kit Harrington nunca seria escalado para viver Milos, o escravo gladiador, caso não fosse também Jon Snow, no premiado seriado Game of Thrones.
     Os rostos conhecidos presentes na produção são grandes conhecidos da televisão. Somando isso ao roteiro sem profundidade e intensidade (que comentaremos depois), temos a sensação de estar assistindo um filme chinfrim feito pra TV ou a um episódio crossover de 105 minutos com Lost, GoT e 24 Horas.


     Pequenos probleminhas do roteiro.
      
     Um erro histórico que tende a se repetir em muitos filmes de guerreiros e gladiadores (exceto por Gladiador, o clássico do gênero) incluindo 300, Tróia e o recente Hércules. Gladiadores, guerreiros e soldados de filmes "sandália e espada" não deveriam ser malhados. Sim, eles são fortes. Mas essa força foi adquirida em combate e treinamento para combate, que não incluíam os equipamentos avançados que definem uma barriga tanquinho.
     As lutas também são péssimas. Os atores são bem coreografados e todos eles tem um ótimo preparo físico. O problema é que as lutas não parecem reais, e o que é o cinema se não uma simulação da vida real? Quando em uma cena de batalha um dos personagens disfere um murro, o outro apenas parece esperar o murro se aproximar para recebê-lo e então cair. A impressão que isto passa é que antes da luta começar, alguém roteirizou-a (e foi exatamente isso que aconteceu, mas a impressão correta a se passar é a de que tudo é naturalmente espontâneo).


     Outro defeito do roteiro é algo que, sob certa perspectiva, é hilário - O descarte de cavalos.
     Em todo o filme, três cavalos morrem, e de modo exposto. Ou seja, o caro diretor tem um dos piores defeitos que produtores de entretenimento tem: Medo de matar personagens (medo esse que a série Game of Thrones, origem de Kit Harrington, não tem), e sacrifica os pobres pangarés para impor drama sem chocar.
     Mas é um filme de tragédia!!! O objetivo é chocar, o máximo possível!! Porém, o filme tem censura 14 anos. Apenas os cavalos podem morrer tragicamente.
     O pior de tudo é o modo como eles morrem. Um deles é engolido pela água fervente de fontes termais próximas ao vulcão, um método que Anderson achou para simbolizar que o perigo do vulcão estava próximo. Outro morre na cena final, consumido pelas chamas do Vesúvio.
     E a morte mais ridícula de todas (entre os cavalos, óbvio) é uma que se passa em certo momento do filme em que um cavalo de transporte da filha de um rico comerciante sofre um ataque do coração/crise de cansaço e cai ao chão e, para evitar seu sofrimento, Milos quebra seu pescoço. A morte em si não chega a ser ridícula mas sim as circunstâncias.
    Que tipo de cavalo transportador sofre um ATAQUE DO CORAÇÃO?


      O romance copião.

     O filme é chupado. Completamente chupado de um grande sucesso.
     Enquanto um desastre natural aniquila várias pessoas enquanto um romance proibido entre um pobre homem e uma mulher de classe social alta luta para se manter vivo.
     A sinopse de Titanic casa facilmente com a sinopse de Pompeia, com algumas diferenças:
     James Cameron (diretor do clássico Titanic) sabe usar o desastre previsível de maneira mais trágica.
     James Cameron É um bom diretor.
     Os efeitos especiais de Titanic não parecem ser gráficos de videogame de Playstation 2.
      O romance entre Jack e Rose é muito mais natural do que o de Cassia e Milo. O amor á primeira vista é muito forçado, em Pompeia. Nenhum deles teria motivos para gostar um do outro, e o casal tem pouquíssimas cenas juntas. A química de Jack e Rose é superior a de Cassia e Milo, um romance que, ridiculamente, é mais desesperado que que os gritos das vítimas do vulcão e mais forçado que a morte de cada um dos cavalos cruelmente assassinados no longa.
     E a cena trágica [SPOILER] da morte de um dos membros do casal é sem efeito. Em Titanic, Rose sobrevive enquanto Jack morre congelado sem opção de salvação, dramatizando o evento e fazendo com que fique para sempre gravado na mente de Rose. Já na cena final de Pompeia, os dois apaixonados morrem. Pulam de um cavalo (que evidentemente morre consumido em chamas) e interrompem sua fuga da lava assassina para algo banalmente mais importante: Um beijo.
     E enquanto a troca de saliva acontece, lava cai sobre o corpo dos indivíduos...e o filme se encerra de maneira mais cafona impossível - O close na estátua dos corpos carbonizados de Milo e Cassia se beijando.
     E a maior diferença entre os dois filmes é que Titanic é lembrado até hoje desde 1997, e que Pompeia estreou em fevereiro deste ano e já está caindo no esquecimento.






     Kiefer Sutherland


     E aqui, talvez a coisa que mais estranhe o filme.
     Convenhamos que Kiefer Sutherland é um ótimo ator e que fez um excelente trabalho como Jack Bauer em 24 Horas. Mas isso se resume em papeis daquela estirpe.
     Agente secreto, utilizando celulares e artefatos tecnológicos.
     Ver Sutherland fazendo uso de roupas medievais, andando em cenários antigos e sendo vilão de filme "espada e chinelo" montado em bigas é algo completamente estranho aos olhos.
     Durante todas as cenas em que aparece, Sutherland parece ser um corpo de algum imperador com sua cabeça inserida digitalmente, de tão estranho que chega a ser o contraste.

     O filme é repleto disso. Jack Bauer com roupa medieval, Sr. Ecko como escravo e Jon Snow apaixonado. Cavalos morrendo , estátuas carbonizadas,paródia sem conteúdo de Titanic...coisas que cairiam muito bem em um filme pastelão de comédia besteirol. E infelizmente, contrastam com este filme de gênero épico...fazendo que "épico" seja mesmo apenas o gênero em que se enquadra, e não uma característica de sua produção.

     Mas se há algo que faça Pompeia ser lembrada (a única coisa, aliás) de modo positivo é a única cena que se assiste e se suspira com orgulho de estar assistindo aquele filme.


     - A barbarian can't die equal a roman.
     - Let's see if a roman can die equal a gladiator.
    ...
     - Please...please...
     - Gladiators don't bag.

    Influenciados pela Bela Adormecida.

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     Em Bela Adormecida, de 1959, foi-nos apresentada Aurora, a terceira princesa oficial da linha de princesas Disney, tendo como antecessoras apenas as clássicas Branca de Neve e Cinderela, sendo também a primeira princesa cujo título do filme não é seu nome próprio. 
     Em todas as linhas de bonecas, toalhas, desenhos e derivados, Aurora é sempre a de menor destaque.  Talvez seja porque seu maior feito conhecido seja dormir por bastante tempo, ou porque as crianças não consigam associá-la com uma única cor, já que seu vestido é ora azul e ora rosa (devido a uma piada do próprio filme sobre as fadas Flora e Primavera trocarem as cores de seu vestido frequentemente).
     Portanto, popular com as crianças ou não, Bela Adormecida reúne o que há de mais clássico em todos os contos de fada Disney e criou vários conceitos utilizados ainda em próximos filmes da Disney.
     Dentro da própria Disney, dentro do núcleo de princesas e dentro do núcleo de filmes de contos de fada, Aurora consegui se mostrar em referências fortes...mesmo dormindo. 


     Começando pelo incomum, é válido citar o único item desta lista que não tem ligações com a Disney. Shrek, da DreamWorks!! Empresa que na época de lançamento do filme nem existia (fundada em 1994) mas que hoje apresenta ameaça para Disney Studios como um dos maiores concorrentes em produção de animações. 
     Shrek trata-se de um ogro sujo e bem-humorada que, ao apaixonar-se por uma princesa encantada, mostra que contos de fadas nunca irão ser assunto saturado, possuindo referências e participações de vários personagens. 
     E quem diria que A PRIMEIRA história a ser referenciada em todo o longa-metragem seria Bela Adormecida. Pois a primeira cena de ambos os filmes é simplesmente a história sendo contada a partir de um livro, que se abre e, em papel antigo e estilo quase que medieval, contém, respectivamente, a vida de Aurora e Fiona.
     
     
     E considerando que um filme é de 1959 e outro é de 2001, é fácil notar qual se inspirou em qual.
     E isso não para por aí! Ainda em Shrek, Princesa Fiona reproduz, enquanto caminha pela floresta, a clássica cena de Princesa Aurora cantando com um pássaro azul. A diferença é que o desfecho de cada uma das cenas é bem diferente. 
     Enquanto Aurora reúne outros animais (e posteriormente um príncipe) para ouvi-la cantar, Fiona desafia o pássaro em uma batalha vocal no que resulta...na explosão do animal.

     
     Ainda focando nesta mesma cena da cantoria com o pássaro azul, dentro do próprio filme Bela Adormecida, algo curioso acontece.
     Aparecendo mais que qualquer outro animalzinho da floresta nesta cena, está a coruja.
     É a responsável por perguntar "who" ("quem", em inglês) quando Aurora diz que está apaixonada por alguém que viu em um sonho, e a principal na personificação de príncipe que as aves da floresta resolveram fazer com as vestes encontradas em uma árvore.
     Porém, somente com muita atenção à datas que um atento Disney boy fã da Disney poderia notar que essa coruja é um ensaio. Apenas um teste para ver se ela funcionaria bem na tela, se seria fácil de animar...se passaria carisma nas cenas que interpretaria. 
     Pois em 1961, dois anos depois do lançamento da animação, seria iniciada a série de longas e curta-metragens com Ursinho Pooh (devido aos direitos recém concedidos por Shirley Slesinger, esposa do criador do personagem), o que incluía o Corujão.
     E acidentalmente ou não, Corujão e a corujinha de Bela Adormecida são extremamente parecidos, criando duas possibilidades:
     - A de existir um padrão Disney de desenhar corujas.
     - Ou que a coruja é a mesma nos dois filmes, filhote em um e adulta em outro, considerando que há dois anos de diferença entre um e outro.


     Sem tirar o foco dos animais presentes no filme..lembre-se de Sansão, o cavalo.
     Em toda a história de filmes da Disney, os cavalos talvez são uma das espécies de animais que mais estiveram presentes. Com ou sem falas, um cavalo de personalidade forte sempre acaba dando mais característica de afeto a um príncipe apático e inexpressivo (personagem indispensável para filmes de princesa). 
     Nos dois filmes anteriores, não havia sinal desses cavalos carismáticos. Mas depois que Sansão surgiu correndo com Príncipe Phillip nas costas em troca de um balde d'água e cenouras, nenhum cavalo Disney foi o mesmo. Nem Pegasus de Hércules, nem Aquiles de Corcunda de Notre Dame, nem Buck de Nem Que a Vaca Tussa, nem Maximus de Enrolados...e novamente fugindo para DreamWorks Animation, nem Altivo de O Caminho Para El Dorado ou Spirit de O Corcel Indomável.
     Tudo isso devido a Sansão.

     
     Agora, chega de prestar atenção em animais sem fala, figurantes e objetos de cena...foque, desta vez, naquela que todos focam. A personagem favorita de todo mundo: Malévola, a fada maligna.
     Irritada por não ter sido convidada para a festa da princesa Aurora, Malévola amaldiçoa o bebê ao dizer que quando completar dezesseis anos, a jovem espetará o dedo em uma roca e morrerá. Após uma fada amenizar a pena de morte para sono profundo, Malévola acabou sendo a culpada pelo título "adormecida" ser dado para, até então apenas bela, Aurora.
     Malévola esbanja, em seu visual, arrogância, maldade, superioridade e elegância. Muito disso apenas em seus olhos, cansados, belos e assustadores.
     Ganhando neste filme o status de maior vilã da Disney (considerada por muitos fãs, críticos e até mesmo os jogos da série Kingdom Hearts), Malévola foi OBVIAMENTE o motivo de muitos vilões seguintes da Disney adotarem o estilo que adotam.
     Logo dois anos depois, em 101 Dálmatas, Cruela Cruel se mostrou uma versão "atual" e um pouco cômica de Malévola, também elegante e extremamente cruel (como diz o próprio sobrenome). Anos mais tarde, Jafar se mostrou, em Aladdin, uma versão máscula e árabe de Malévola. E Scar, em Rei Leão, uma versão leonina e, talvez, até mais feminina do que a original Malévola. E para esculhambar toda a atmosfera de vilã séria que Malévola estava mantendo nos seus "discípulos" da Disney má, Yzma, de A Nova Onda do Imperador, surgiu em 2001...com cabelo nas axilas, fazendo piadas de cultura pop e se transformando em gato.
     Porém, o estilo de Malévola permaneceu.
     
     
     E para provar que Malévola é sim a personagem mais importante de todo o filme, ela foi a única a ganhar neste ano um filme solo.
     Estreando em junho de 2014, Malévola (dirigido pelo estrante Robert Stromberg) conta a versão "oficial" de Bela Adormecida, pelos olhos da vilã...que se mostra não ser tão vilã assim conforme o filme se desenvolve.
     O filme em si mesmo não é tão bom. Chega a ser razoável devido ás batalhas bem elaboradas, a história bem contada, as exemplares atuações (Elle Fanning e Angelina Jolie brilham) e a boa representação do tom sombrio que já está quase enchendo o saco em filmes. 
     Porém, os fatos são atropelados e apressados demais, o que lhe prejudica quando se está substituindo a versão de uma história por outra. Além de que é difícil gostar de um filme com um personagem clássico se você destrói a principal característica da personagem protagonista.
     O sentimento é de desaprovação quando se pensa "O nome dela é Malévola e você está me dizendo que ela não é má?".
     

     Porém, não deixa de ser um derivado de Bela Adormecida e, cá entre nós, o mais perceptível e com maior repercussão...até agora.
     A verdade é que a Disney, em seus primórdios, era algo muito maior do que é hoje. Enquanto agora sempre são lançados filmes cada vez menos significativos e relevantes que não fazem diferença nenhuma em filmes que estão por vir...sorrisos surgem em nossos rostos ao lembrar que um filme lançado em 1959 até hoje dá frutos.
     A Bela Adormecida nunca esteve tão acordada quanto agora!
     

    Deus se Escreve com D Maiúsculo.

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    Ilustração por Mateus Queiroz

     Edgar se sentia leve. Leve de tudo.
      Seus ombros mais leves, pois absolvera o peso dos inúmeros pecados que cometera no passado. A consciência mais leve pois agora dedicava sua vida a algo que acreditava possuir mais valor. E, sem arrependimentos, sentia seu bolso mais leve, e agora olhava diretamente para o motivo disto.
     Em frente ao sofá em que estava sentado, sua antiga televisão. Mas conectada a ela, o plano de TV por assinatura pelo qual havia se comprometido a pagar R$200,00 mensais: A Rede Benção, rede particular da igreja que começara a frequentar, em que 157 emissoras do pacote possuíam programação inteiramente de conteúdo religioso.
     Vazio de pecado, culpa ou dinheiro, Edgar se sentia cheio, como ouvira no culto, do Espírito Santo.
     Aquele também era um dia especial. Não por estar vivo em um mais um dia de sua recente salvação (como qualquer outro), mas por uma espécie de valor novo que resolvera aplicar em si: Aquele seria o primeiro dia em que Edgar não falaria mais palavrões.
     São palavras ofensivas. Feias. Pesadas. Desnecessárias. Até mesmo sem motivo, qualquer um daqueles dizeres poderia magoar, afastar e ofender brutalmente pessoas inocentes. Ao lembrar de como falava aquelas palavras...colocava a mão no peito e olhava para a cruz que possuía na parede de sua sala e agradecia pela nova vida que adotara, seu novo "eu" espiritual enojava seu passado pecador.
     Palavrões...como ele podia falar coisas assim?
     Apanhou o controle remoto e ligou a TV em um canal aleatório.
     Deu de cara com um pastor. Ao seu lado, três homens altos e fortes, de terno e, por algum motivo, imobilizando um homem, deitado no chão. O homem se debatia, esperneava, gritava e babava como um retardado mental.
     - Esse homem - gritava o pastor - está possuído! Com o espírito de Satanás em seu corpo, em sua alma e em seu coração!! ESSE HOMEM - agora o pastor berrava - É UM HOMOSSEXUAL! Esse homem vai contra as leis das escrituras ao dar e receber prazer de alguém do mesmo sexo!! E vai arder. ARDER - estranhamente, agora o pastor ria. - NO FOGO DO INFERNO QUANDO O DIA DO JUÍZO FINAL CHEGAR.
     Tudo aquilo era muito. Os gritos do pastor, do "endemoniado" e da multidão, que parecia estranhamente entusiasmada, assustava Edgar. Ele então, mudou de canal.
     ~click~
    Viu então outro pastor, de pé, com uma estatueta de um santo do seu lado. O pastor discursava, enquanto chutava a imagem.
     - Isso aqui não é Deus coisa nenhuma. Isso aqui é uma aberração! Será que Deus pode ser comparado a um boneco assim? Feio! Horrível! Desgraçado! Isso só merece o desprezo.
     Edgar, ainda mais assustado, mudou novamente de canal.
      ~click~
     - Alguém acabou de doar o cartão de crédito aqui pra igreja, mas...cadê a senha? Sem senha não há doação, amigo fiel. Depois você pede milagre e não consegue, e vai achar que Deus é ruim
     click
      - União homossexual não é normal e nem permitida. Eles não deveriam ter filhos. Doentes não deveriam criar crianças. Não deveriam dar continuidade a nossa raça.
     ~click~
      - A AIDS é o câncer gay!
     ~click~
      - Africanos são descendentes de filho que Noé amaldiçoou. Fato da Bíblia. Africanos são amaldiçoados, e ninguém pode cancelar essa condição irrevogável.
     ~click~ ~OFF~
     Edgar desligou a TV. Estava aterrorizado.
     Como? Pessoas tão elevadas espiritualmente...como podiam? Absurdos...como podiam falar coisas assim?
     Respirou fundo e ligou a TV de novo.
     ~click~ ~ON~
      - O gene africano é amaldiçoado, espiritualmente falando. Mas não falo apenas pelos negros. Nós, pessoas brancas, também possuímos o gene africano. E é por isso que todos temos pecados na vida. E quem pecar sem arrependimento, vai arder e merece nossa pena.
     ~click~ ~OFF~
      Desligou a TV de novo. Pôs as mãos no rosto, olhou pra TV, para a cruz da parede...pensou no passado, no presente e em todos os absurdos religiosos que escutara.
     Respirou fundo, e gritou, em lágrimas:
     - Caralho!

    Sete coisas legais da Alemanha e Uma do Brasil.

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     Sim, esse texto é por causa da derrota vergonhosa que a Seleção Brasileira sofreu da Seleção Alemã, perdendo de 7  a 1!
     Aproveitando que hoje, dia 13 de julho de 2014, é o dia em que teremos a final do Mundial de Futebol já que é proibido falar Copa, este vai ser o primeiro e último texto que terá alguma relação com os acontecimentos deste grande evento.
     Após a vitória massacradora da Alemanha, inúmeras piadas com Hitler e os episódios da Alemanha Nazista bombaram nas mídias sociais e em tudo quanto é página humorística do Facebook. O que nos faz pensar que toda a herança cultural popular que a Alemanha tem para nos dar é relacionada a Segunda Guerra Mundial.
     E não! Não é!
     Para desmistificar a Alemanha como "país só de guerra e palavras difíceis", lá vão sete (pelos gols) indicações de filmes, autores, bandas e outras coisas legais que se encontram na Alemanha...tá, e uma do Brasil pro nosso país não se envergonhar. De novo.




     E para os fãs de rock, metal e música de qualidade a primeira dica é:

     Rammstein.


    Rammstein é, das bandas de rock alemãs que cantam em alemão, a mais conhecida do grande público.
     Seu estilo se define mais como new metal ou metal industrial. Metal industrial pode se definir pelo metal que possui influência de música eletrônica. O techno se mostra presente em Rammstein o tempo todo. Em outras palavras, as músicas da banda alemã possuem o peso do metal e as "máquinas" da música eletrônica em dose ideal para que se ouça usando um protetor auricular.
     Impondo brutalidade, força e violência com a imagem de seus integrantes (que são os mesmos desde sua formação em 1994), a própria banda se contradiz quando expõe letras bem-humoradas, descontraídas e que, se utilizando do duplo sentido abusivo (como na música Pussy) fazem críticas sociais. Dentro do gênero de new metal, são obviamente uma grande influência para System of a Down, banda que segue esses moldes e que merecerá uma citação quando o assunto for a Armênia.
     Enquanto é a Alemanha que se comenta, Rammstein ergue o troféu de metal, pelo menos o da fama. Pois atrás dele, ou na frente, ainda temos Sodom, Kreator, We Butter the Bread With Butter e Breakdown of Sanity.


    Scorpions


     Essa entra nas indicações nem tanto por sua qualidade, mas por sua importância histórica. 
     Foi, na Alemanha, a primeira banda de hard rock. Em 1965, foi formada pelo guitarrista Rudolf Schenker, que permanece na banda até hoje.
     Inovando no país com esse estilo musical, Scorpions, originalmente chamados de Nameless ("Os Sem Nome"), até hoje são considerados a melhor banda de heavy metal e hard rock do território germânico, assim como é um dos maiores responsáveis pelo desenvolvimento do gênero musical nos anos setenta e oitenta.
     A música acima, Rock You Like a Hurricane, seja o maior hit do grupo de rock (estando sempre presente em listas da Billboard e Rolling Stones, e no game Guitar Hero). Outra também que todos conhecem  é Still Loving You, canção obrigatória em festas e bailes para "dançar agarradinho".
     E em números, Scorpions arrebentam. Afinal, seus ex-integrantes são em número quase tão alto quanto a quantidade de álbuns lançados. 29 álbuns e 15 ex-integrantes.


     Nosferatu (1922)


     O filme mais famoso do período que conhecemos como "expressionismo alemão".
     O roteiro é uma adaptação do livro clássico Drácula, de Bram Stoker. Mas talvez seja uma das adaptações mais fieis em detalhes e fraca em coisas simples como nomes de personagens e cenários que são EXTREMAMENTE modificados. Por que? Porque a família de Bram Stoker não concedeu autorização aos produtores do filme para usar os nomes "Drácula" e "Lucy".
     Graças a esse motivo, o filme sofreu acusação de plágio e teve inúmeras de suas cópias destruídas. Mas como os alemães também sabem dar seus jeitinhos brasileiros, o filme está disponível até no Youtube hoje em dia.
     Conta a história de Conde Orlok  (tá, a gente sabe que é o Drácula), um vampiro que ao se apaixonar pela jovem mortal Ellen traz o terror a sua pequena cidade chamada Winsbor. 
     É considerado um dos primeiros filmes de gênero terror, e um dos melhores do gênero até hoje. Seu protagonista, interpretado por Max Schreck, sendo diabólico e louco era, e é por muitos, considerado uma representação de República de Weimar (nome adotado pela Alemanha desde o fim da Primeira Grande Guerra até o início do regime nazista em 1933).
     Acrescentando na trama coisas que não existiam no livro (como a veia cômica de Orlok) e retirando algumas (como o caçador Van Helsing), o diretor Friedrich Wilhelm Murnau ganhou fama apenas por Nosferatu...e é claro, com o também clássico filme Fausto, que veio a lançar quatro anos depois.



    Metrópolis (1927)


     "Metrópolis não é só um filme. É uma revolução." são as palavras que muitos fãs do clássico dizem.
     Metrópolis, ao contrário de Nosferatu, é um filme com diversas camadas de compreensão, como diria Luisa Clasen.
     Em seu roteiro, vemos uma sociedade dividida. No Século XXI (o que parecia longe, considerando que o filme é de 1927), uma cidade governada por um empresário possui dois tipos de moradores: Os sócios deste empresário, que constituem a alta classe da cidade e vivem em um jardim com ótima qualidade de vida, e os trabalhadores, que vivem como escravos de máquinas e são condenados a trabalhar e ter como moradia o subsolo da cidade. O filme ganha propósito quando, neste futuro deturpado e distópico, Maria ergue a cabeça e procura organizar os outros trabalhadores para correrem atrás de seus direitos.
     Cheio de alusões a religião, críticas sociais, morais e éticas, elementos de gêneros como romance, ação e mistério, o roteiro de Metrópolis é tão rico e fiel ao livro do qual foi adaptado por uma única razão - Seu roteiro foi escrito por Thea von Rabou, a autora da obra literária. Assim é fácil de se manter fiel.
     Também diferentemente de Nosferatu, o longa tem certa relação com a época nazista da Alemanha. Era um dos filmes favoritos de Adolf Hitler, e isso fez com que o ditador intimasse Fritz Lang (diretor do filme) para produzir filmes á campanha nazista. Enquanto sua esposa (escritora e roteirista de Metrópolis, livro e filme) aceitou a proposta, Lang fugiu para Paris onde dirigia produções de conteúdo antinazista.
     O filme mostra uma preocupação que assola gerações, pois era atual em 1927 e permanece até hoje. Ele lamenta a mecanização do trabalho industrial, e preza pela emoção humana, que quase foi esquecida e abandonada totalmente neste processo.
      "O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração!"

    Irmãos Grimm


     O motivo deles estarem nessa lista é bem controverso.
     Irmãos Grimm (Jacob, o mais velho, e o caçula Wilhelm) foram os responsáveis não por criar vários contos de fadas, como imaginam muitos, mas sim por torná-los acessíveis e publicá-los em forma de livro.
     Os contos sempre existiram, eles apenas os registraram e começaram a faturar pelos direitos autorais (dois malandros).
     Muitas de suas histórias precisaram de alteração (como a troca de uma mãe por uma madrasta, em Branca de Neve ou João e Maria) para que o público infantil, e seus pais, não se chocassem com elas.
     O mito de que os Irmãos Grimm inventaram os contos de fadas é realmente um mito.
     Mas sua importância para a popularização dessas histórias é tão grande que tivemos, em 2005, um filme com Heath Ledger e Matt Damon chamado Irmãos Grimm e um recente seriado da NBC chamado Grimm.


    Caveira Vermelha 

     No Universo Marvel, e talvez em todo o mundo das HQs, Caveira Vermelha é o personagem e vilão alemão mais famoso e importante no arco de histórias.
     Originalmente, em 1941, sua identidade era a de John Maxon. Porém, foi reformulado depois. E esta reformulação só é aceita pelos fãs como oficial pois foi feita por Jack Kirby e Stan Lee, os mestres da Casa das Ideias.
     Johan Schmidt é a real identidade de Caveira Vermelha. Sua mãe morreu no parto e  seu pai, suicidou-se. Cresceu órfão nas ruas da Alemanha, como um ladrãozinho juvenil.
     Ao conhecer Hitler (novamente, este é o item da nossa lista que mais tem envolvimento com a Alemanha nazista), Johan foi treinado e recebeu uma máscara vermelha em formato de crânio, fazendo jus ao seu nome.
     Encontrando o Capitão América nos EUA, se tornam arqui-inimigos  e, em certa ocasião, teve seu corpo exposto por uma mistura de gases...que lhe deram habilidades sobre-humanas. São basicamente os mesmos poderes que o Capitão. Força, agilidade, reflexos, resistência, imunidade fisiológica e intelecto genial.
     Em 1990, houve o primeiro e vergonhoso filme do Capitão América, com Scott Paulin no papel do Caveira, mas isso é melhor esquecer.
     Já em 2011 o primeiro filme digno do Capitão foi feito, com Hugo Weaving interpretando magistralmente o Caveira Vermelha, com uma excelente maquiagem que durou mais de três horas para ser feita.
     A maquiagem do Caveira Vermelha durou mais do que o próprio filme.


    Hino da Alemanha


     Tá, digamos que o hino da Alemanha não seja realmente tão importante para a cultura popular.
     Mas a única coisa mais surpreendente do que cinco gols em menos de quinze minutos que vimos no último jogo contra o Brasil, é o quanto este hino é bom.
     Patriotas e brasileiros fanáticos talvez não admitam (por puro rancor) mas o idioma alemão é realmente bonito, e cantado com paixão pelos alemães tendo como pano de fundo esta linda melodia...
     E se eu estiver errado, me corrijam. Mas por algum motivo, acho que a o começo instrumental realmente se parece com Love of My Life, do Queen.


     E debaixo de sete coisas tão lindas e admiravelmente boas da Alemanha, só nos resta indicar algo de boa qualidade feito no Brasil para que nos igualemos ao lendário jogo.
     Alemanha: Sete. Brasil: Um.
     E como zoera never ends   a piada não pode acabar, o "algo brasileiro" a ser indicado é o filme...

     Alemão (2014)


     O filme, dirigido por José Eduardo Belmonte, conta a história de cinco policiais que se infiltram na favela do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Porém, traficantes descobrem sobre a operação e começam uma busca pelos policiais.
     Incluindo ação e o drama de ser baseado em acontecimentos reais, Alemão conquista o público também com o grande elenco com o qual conta: Cauã Reymond, Antônio Fagundes, Caio Blat, Gabriel Braga Nunes e Milhem Cortaz. 
     Muitos podem achar um filme bem copiado de outros filmes nacionais, entrando na onda de favela movie que existe desde que Cidade de Deus ganhou o status de um dos melhores filmes nacionais já feitos.
     O ponto positivo do filme é o fato de que a ação crua o deixa interessante do começo ao fim devido também ao uso de imagens reais como os vídeos de reais operações feitas no Complexo do Alemão (imagens exibidas, na época, em telejornais de todo o Brasil). Já o seu ponto negativo é o pior defeito que um filme pode ter: Personagens desinteressantes que não criam conexão ou identificação com o espectador.
     Mas além de tudo isso, sabe porque este filme está sendo o único filme brasileiro a ser indicado aqui nesta lista?
     Porque o título dele é Alemão! E a Alemanha ganhou de 7x1 do Brasil! E vai ganhar a Copa do Mundo, nossa tão falada Copa das Copas, e este texto é nada mais que uma pequena homenagem ao país que mesmo assolado por fome, nazismo e inúmeras outros problemas de enorme proporção nunca perdeu a habilidade de produzir belas artes e de gerar grande impacto no universo da cultura popular.
      E caso você ainda esteja decepcionado por Hitler não ter sido mencionado nesta lista, um fato curioso pra você: Adolf Hitler nasceu na Áustria, e não na Alemanha.
     E saiba também que se fosse pra citar alguma personalidade austríaca, nunca que seria o bigodudo nazista, e sim....o musculoso fisiculturista.
     Arnold Schwarzenegger!!

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